Parlamento Europeu pede saída imediata de Joseph Blatter da Fifa
Joseph Blatter não tem paz. Um dia depois de a polícia suíça voltar à sede da Fifa e buscar documentos em seu escritório, o presidente da Fifa recebeu um recado forte nesta quinta-feira. O Parlamento Europeu pede que ele deixe o cargo imediatamente.
Na semana passada, quatro dias depois de ser reeleito, Blatter comunicou que deixará a função – o que foi parabenizado pelos parlamentares. Mas ele seguirá no cargo até as novas eleições, que tendem a ser realizadas em dezembro. Para o Parlamento Europeu, isso não é suficiente.
Os parlamentares decidiram, em maioria, solicitar a saída imediata do cartola. A medida não tem poder legal. Mas tem peso político. É uma ação que escancara o quanto o dirigente está acuado em seu próprio continente.
– A credibilidade da Fifa, como organismo que governa o futebol mundial, e as urgentes reformas exigidas, não podem ser alcançadas até que uma nova liderança seja indicada – diz o texto divulgado pelo Parlamento.
O órgão europeu bateu forte na Fifa. Chamou a entidade de corrupta.
– A Fifa funcionou durante vários anos como uma organização inimputável, opaca e manifestamente corrupta – afirma o texto.
Blatter foi reeleito para um quinto mandato no fim de maio, dois dias depois da prisão de sete dirigentes do alto escalão da Fifa em Zurique – entre eles, o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Ele venceu na última disputa, por 133 votos a 73, o príncipe da Jordânia, Ali bin al-Hussein, que já anunciou que concorrerá novamente.
Nesta quarta-feira, Zico também comunicou que tentará ser o novo presidente da Fifa.
Próximas Copas
O Parlamento também emitiu um alerta para as próximas Copas do Mundo – de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar. O comunicado apoia opinião de Domenico Scala, presidente do Comitê de Auditoria da Fifa, que manifestou que os Mundiais podem ter suas sedes revistas se forem comprovadas irregularidades nas escolhas.
– O Parlamento Europeu saúda a declaração do responsável do Comité de Auditoria da FIFA no sentido de que “a atribuição da realização dos campeonatos mundiais de 2018 e 2022 seja invalidada se surgirem provas de que essa atribuição resultou de atividades de corrupção”. Todos os funcionários envolvidos em irregularidades financeiras devem ser afastados e as decisões ligadas a atividades corruptas e criminosas devem ser revistas – diz o texto.