Fantástico mostra escândalo na Assembleia Legislativa de Alagoas

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As irregularidades na Assembleia Legislativa Estadual, (ALE), foram mostradas no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (08), fazendo com que Alagoas volte mais uma vez a aparecer no cenário nacional de forma negativa.

Uma equipe do programa foi a ALE e entrevistou o vice-presidente da Casa, Ronaldo Medeiros, (PT) e o deputado Antonio Albuquerque, (PRTB).

Medeiros confirmou que após a nova Mesa assumir, em fevereiro, foram descobertas as primeiras – de uma série – irregularidades a exemplo de uma lista com nomes de diversos servidores que recebiam altos salários sem trabalharem e outros que recebiam Bolsa Família.

As denúncias são objetos de investigações do Ministério Público Estadual, (MPE) e Controladoria Geral da União, (CGU).

Já o deputado Antonio Albuquerque relembrou que ao assumir a Casa, antes da eleição da nova Mesa Diretora, exonerou todos os servidores ‘fantasmas’, mas que na sequencia a maioria dos exonerados foram reintegrados pela nova presidência, que tem a frente o deputado Luiz Dantas. Foram mais, segundo Albuquerque, de 500 admissões de pessoas que foram lotadas nos gabinetes dos parlamentares, que tem direito a 25 assessores.

A equipe do fantástico também procurou informações sobre os salários dos servidores, que tiveram de negociar com a Mesa Diretora para terem direito a receber 50% do décimo terceiro.

Um dos últimos escândalos envolvendo a Assembleia Legislativa de Alagoas aconteceu em dezembro de 2007, quando equipes da Polícia Federal, (PF), cumpriram dezena de mandados de prisão durante a ‘Operação Taturana’, que investigou o desvio de cerca de R$ 300 milhões da ALE. As irregularidades teriam sido praticadas por deputados, prefeitos, contadores, bancários e comerciantes.

Na época foram presos o ex-presidente da Casa deputado Celso Luís (PMN), os deputados estaduais Cícero Ferro (PMN), Antonio Albuquerque, Nelito Gomes de Barros, João Beltrão, Edval Gaia Filho (PSDB) e Cícero Amélio (PMN), o ex-governador Manoel Gomes de Barros, o ex-comandante da PM coronel José Acírio Nascimento, o prefeito de Roteiro, Flávio Jatobá, o ex-deputado Gilberto Gonçalves e outros.

Veja o trecho da reportagem exibida pelo Fantástico:

Em Alagoas, dezenas de funcionários-fantasma foram descobertos, no ano passado, pela Controladoria-Geral da União.

“Pessoas humildes foram utilizadas para serem colocadas na folha de salários da Assembleia Legislativa e receberem esse pagamento. Algumas conheciam, sabiam da irregularidade, outras desconheciam essa irregularidade”, observa José William Gomes da Silva, chefe da Controladoria Regional da União em Alagoas.

É o caso de duas irmãs que ganham um salário mínimo por mês trabalhando honestamente numa lavanderia comunitária de Maceió.

Fantástico: Dona Naudiene, a senhora trabalha na Assembleia Legislativa?
Naudiene da Silva Quintino, lavadeira: Nunca. Não sei nem onde é. A única coisa que a gente sabe fazer é lavar roupa.

Fantástico: Consta aqui nos registros que em dois meses a senhora recebeu mais de R$ 25 mil de salário.
Naudiene: Eita. Queria eu. Nunca vi nem tanto dinheiro assim na minha vida.

“Se eu tivesse recebido eu não estava numa vida dessa, que só Deus aqui pra ajudar a gente”, diz a lavadeira Sandra Maria da Silva.

O Ministério Público de Alagoas investiga fraudes que podem chegar a R$ 150 milhões em cinco anos. E o ex-presidente da Assembleia, principal acusado, atualmente é um dos responsáveis por julgar os desvios de dinheiro público.

“O ex-deputado Fernando Tolêdo, que presidia a Assembleia Legislativa envolvido nesses atos ilícitos comprovadamente, infelizmente foi premiado. Como recompensa, foi nomeado para ser conselheiro do Tribunal de Contas”, conta o procurador-geral de Justiça de Alagoas Sérgio Jucá.

“Eu estando inocente, como tenho a consciência da tramitação, eu vou julgar isso com muita isenção”, declara Fernando Tolêdo, conselheiro do TCE, ex-presidente da Assembleia.

Redação com agências

 

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