Boate Kiss: 2 bombeiros são condenados e 6 inocentados
Dois oficiais do Corpo de Bombeiros foram condenados pela Justiça Militar do Rio Grande do Sul a 1 ano e 1 ano e seis meses de prisão, respectivamente por irregularidades na concessão de alvarás para a Boate Kiss, onde um incêndio ocorrido em janeiro de 2013 matou 242 pessoas. Outros seis acusados foram inocentados das acusações no julgamento realizado na cidade de Santa Maria.
Foram condenados o ex-comandante do 4º Comando Regional de Bombeiros (4ºCRB) tenente coronel Moisés da Silva Fuchs, que recebeu a pena de 1 ano e 6 meses de prisão, e o chefe do departamento da seção de prevenção a incêndio, capitão Alex da Rocha Camilo, condenado a 1 ano de prisão. O julgamento deles ocorreu na terça-feira, mas a sentença só saiu hoje, quando foram inocentados dois sargentos e três soldados.
Fuchs e Camilo foram condenados a 1 ano de prisão, cada, pelo crime de delcaração falsa em documento público. Eles foram considerados culpados por atestarem que a Boate Kiss poderia operar por estar de acordo com a legislação. O ex-comandante foi condenado ainda a mais seis meses de prisão por prevaricação, por não ter aberto um procedimento para apurar o caso de um bombeiro que tinha uma empresa de instalação de equipamentos de incêncio. A empresa Hidramix instalou o mecanismo de abertura das portas da Kiss.
Também estava entre os julgados na terça o tenente coronel Daniel da Silva Adriano, que foi inocentado das acusações.
Reviravolta
Nesta quarta-feira foi realizado o julgamento de cinco militares de menor patente do Corpo de Bombeiros, chamados de praças. Foram eles os sargentos Renan Severo Berleze e Sergio Oliveira de Andrades e os soldados Gilson Martins Dias, Marcos Vinicius Lopes Bastile e Vagner Guimarães Coelho.
No entanto a promotoria pediu a absolvição de todos, por considerar que eles foram induzidos ao erro. Todos foram inocentados da acusação de que não teriam recomendado a construção de uma central de gás na boate durante a vistoria, que foi qualificado na denúncia como crime de inobservância da lei.
O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão.
Processo civil ainda sem data para ser julgado
No entanto, este processo apura apenas a responsabilidade dos bombeiros no cumprimento de normas administrativas. O processo civil, no qual quatro acusados são processados pela morte de 242 pessoas, ainda está na fase de interrogatório de testemunhas, e não tem prazo para ser julgado.
Fonte: Terra