Delegado quer devolver drone que caiu no Itaquerão. Mas dono não aparece
Coube ao delegado Mario Sergio Oliveira Pinto, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), investigar a origem do drone que sobrevoou a Arena Corinthians com uma camisa do Guarani do Paraguai a reboque, no último domingo. Para ele, a “sátira não chega a caracterizar um crime”. E desafia: “Ninguém foi localizado e também não compareceu à delegacia para reclamar a propriedade do objeto. A gente espera que ele venha. Se trouxer a nota fiscal, eu devolvo”.
A camisa em questão trazia em sua parte da frente, no local normalmente destinado à publicidade, a inscrição “HaHaHa”, em alusão à recente desclassificação do Corinthians da Copa Libertadores da América pelo rival sul-americano.
O objeto bateu contra uma parede, na área dos camarotes, e caiu. Foi recolhido pela segurança do Corinthians e encaminhado à delegacia. “Felizmente, não caiu sobre nenhum torcedor. Um equipamento desses pesa uns 2 kg mais ou menos. Na verdade, é uma brincadeira. E a gente está dando tratamento de uma brincadeira, que não chega a caracterizar um crime”, diz ele.
O delegado conta que estava no estádio na hora em que o objeto começou a sobrevoar a arena. E que ele causou uma inquietação grande na torcida. “Porém, quando o equipamento se chocou contra a parede e caiu, os corintianos comemoraram como se fosse um gol”, recorda.
Segundo o delegado, depois de apreendido, o drone será enviado à perícia, para análise do Instituto de Criminalística. “A partir daí nós pretendemos entrar em contato com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para verificar se esse aparelho possuía ou não autorização para sobrevoar o estádio”.
“Com isso, vamos procurar também identificar o seu proprietário. Não há ainda instituto penal para punir a utilização dessas aeronaves não tripuladas e também entendo que essa provocação, que classificamos como uma brincadeira, não chega a ser classificada como um tumulto punível pelo estatuto do torcedor. A questão é que esse objeto é razoavelmente pesado, poderia ter caído sobre os torcedores e provocado sérias lesões”.
O delegado diz que seria impossível que o controle do drone tivesse sido feito de dentro do estádio. “Não passaria pela segurança, pela revista da Polícia Militar. Ele alçou voo da área externa da arena, controlado por alguém que estava fora”.
Fonte – UOL