Descrédito: de “País do Futebol” a “País da Corrupção”

Por Carlos Augusto Barros Filho

 

cats1Diante dos repetidos e comprovados fatos negativos que têm ocorrido no Brasil, envolvendo principalmente política, negócios e agora futebol, a imprensa estrangeira já vem denominando o país de “corruption country” (país da corrupção). O “mensalão” foi o estopim para que inclusive fatos de um passado recente tenham vindo à tona.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, esse é o volume que pode ser reduzido do crescimento do PIB deste ano em decorrência da investigação de

corrupção na Petrobras, de acordo com um estudo feito pela FGV e pelo Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (Cades); operação da Polícia Federal resultou em paralisação de obras, calote de empresas, entre elas a Petrobras, falência de companhias e desemprego de milhares de pessoas; nessa semana, a OAS foi a terceira empresa a entrar com pedido de recuperação judicial, depois do grupo Galvão e Alumini; setores que se destacam em prejuízos são o da indústria naval, no qual a Sete Brasil, empresa da Petrobras que subcontratou diversos estaleiros para a produção de redução na massa salarial deve alcançar R$ 1,7 bilhão, segundo os pesquisadores.

Um estudo realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) revelou os prejuízos econômicos e sociais que a corrupção causa ao País. As denúncias de corrupção vêm de todos os cantos do país e de todos os setores – públicos e privados. Denunciadas em parte pela imprensa, em parte por setores privados fiscalizadores, não se havia medido ainda o tamanho do rombo e o mais alarmante: o prejuízo que este montante de dinheiro causa em setores fundamentais, como educação, saúde, infraestrutura, habitação e saneamento. O relatório da Fiesp informa que o custo disso chega até R$ 69 bilhões de reais ao ano. Segundo o levantamento, a renda per capita do País poderia ser de US$ 9 mil, 15,5% mais elevada que o nível atual.

O ~petrolão~, escândalo envolvendo a Petrobras, maior estatal do Brasil, e diversas empreiteiras, com denúncias de pagamentos de propinas, também tem envergonhado o País. A Operação Lava Jato revelou a participação de 23 envolvidos nas negociações escusas, entre executivos e políticos, dos quais pelo menos 15 estão presos.

Por último, na semana passada, eclodiu, o que segundo o senador Romário já é uma prática de mais de vinte anos, o caso bilionário de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após uma minuciosa investigação nas ações e eventos geridos pela FIFA, numa operação conjunta do Governo Norte-Americano, através de sua Agência Federal de Investigação (FBI) e a Justiça da Suíça, onde foram presos sete dirigentes de diversos países, entre eles o agora ex-presidente da CBF, José Maria Marin, acusado de receber pelo menos 20 milhões em propina. O senador Romário é autor da proposta de instala a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, para a qual já foram obtidas as assinaturas e, não havendo desistência, já irá para votação em plenário. Segundo o Senador, “quem está muito mais envolvido nos casos de corrupção do futebol brasileiro é o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira”, certificou o tetracampeão mundial.

Um comentário em “Descrédito: de “País do Futebol” a “País da Corrupção”

  1. Concordo plenamente com a matéria acima, porém, não vimos ainda nenhum corrupto permanecer preso ou devolver nada que nos roubaram. Aproveitando a oportunidade, gostaria imensamente que fosse realizada uma varredura em muitas Prefeituras e Câmaras de Vereadores em nosso País, e especificamente nossa cidade, Palmeira dos Índios – Alagoas. “ISTO É UMA VERGONHA”, como diz o grande jornalista Boris Casoy.

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