Deputado assiste a vídeo pornô durante votação da reforma política
Um deputado federal foi flagrado assistindo a um vídeo pornô no celular durante a sessão de quarta-feira que votou parte da reforma política, segundo informou o “SBT”. Apesar de a reportagem não identificar o deputado que aparece vendo as imagens, o parlamentar João Rodrigues (PSD-SC) confirmou se tratar dele.
Enquanto o deputado assistia ao vídeo, outros colegas apareceram para ver do que se tratava. Segundo a reportagem, as imagens mostravam atos obscenos e, por isso, foram borradas. Em cima da mesa, havia um convite para um ato religioso.
João Rodrigues disse que o a emissora de TV não veiculou a reportagem com seu nome, mas que ele fez questão de postar em suas redes sociais que era ele quem aparece nas imagens. Rodrigues disse que recebeu a mensagem por um de seus 70 grupos de WhatsApp e clicou para ver o que era. Quando percebeu que era um vídeo de pornografia, cutucou os colegas que estavam ao lado dele para mostrar o que tinha recebido e, em seguida, deletou, para que não fossem para o arquivo do celular. Segundo ele é um grupo de um restaurante de 40 a 50 pessoas, empresários, mulheres, famílias. O deputado diz que depois do vídeo, uma das pessoas do grupo postou mensagem que era preciso “maneirar” nos vídeos.
— Acho uma covardia tremenda (esse tipo de exploração do fato). A sensação que dá é que é um pedófilo, um pornográfico, mas na verdade só estou apagando mensagem que vem no WhatsApp alguém que gosta de pornografia. Eu abri para ver o que era a imagem, coloquei embaixo da Mesa, cutuquei os deputados que estavam do meu lado e disse: olha o que me mandaram e eliminei o vídeo. Não estava vendo o vídeo, só abri para apagar, se não apago vem para minha base de dados e minha filha de 10 anos, que brinca com meu celular pode ver — disse o deputado, acrescentando:
— Tenho 70 grupos no WhatsApp, é frequente que fazem, se disser que é a primeira vez vou estar mentindo. Imagens que pegam, mas não é para mim, é para o grupo, todo mundo manda isso. O repórter que captou achou que descobriu o ovo de Colombo. São meu amigos, trocando mensagens em grupos privados. A gente recebe, não sabe o que contém. Todo mundo tem WhatsApp. Se não abrir, não consegue deletar. Francamente, são meus amigos, não vou condená-los. Estão fazendo internamente, nada que seja proibido. É imoral sim. É brincadeira interna.
Durante a sessão de ontem, a Câmara aprovou o fim da releição para presidente da República, governadores e prefeitos. Mais cedo, na votação de outra parte da reforma política e com uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Câmara havia rejeitado o financiamento exclusivamente público e aprovado a doação de empresas para partidos nas campanhas.
Fonte: O Globo