Secretaria de Saúde alerta para os riscos da depressão pós-parto
“Um problema ainda carregado de estigma social para a mulher e que precisa de acompanhamento profissional e apoio da família”, assim alertou a técnica do setor de saúde da mulher da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), Carmem Nascimento ao se referir à depressão pós-parto. O problema atinge mulheres logo após o parto e pode colocar em risco a saúde da mãe e da criança.
A técnica explicou que os sintomas mais comuns incluem sentimento de tristeza ou desespero por mais de três semanas e apatia e desinteresse nas atividades diárias e no cuidado com o recém-nascido. “É comum que as mães experimentem alterações de humor após o parto, devido às alterações hormonais normais a gestação. Deve-se observar a intensidade desses sentimentos que podem evoluir para a depressão pós-parto”, explicou.
Para a psicóloga do Hospital Geral do Estado (HGE), Paula Quitéria, fatores emocionais também contribuem para o quadro. “O estresse, problemas para dormir, sentimentos de baixa autoestima envolvendo a aparência e ainda o aumento da responsabilidade com a chegada do bebê e preocupação sobre o bem estar da criança podem agravar ou desencadear um estado depressivo na mãe”, ressaltou.
Em casos mais graves a depressão pós-parto pode provocar delírios e acarretar em danos físicos para a mãe e para o recém-nascido. Paula lembrou que a mãe deve ser acompanhada por profissionais como psicólogos e psiquiatras e precisa contar com o apoio e compreensão de toda a família.
Relato de um caso – A psicóloga Paula Quitéria relatou um caso emblemático que pôde acompanhar no HGE. Paula lembrou que um bebê com cerca de um mês de idade deu entrada no hospital com hematomas na cabeça. “Os médicos suspeitaram de maus tratos com a criança e através de uma investigação sobre o estado mental da mãe pôde-se constatar que ela estava em um quadro de depressão pós-parto e que os hematomas foram causados por negligência”, falou a psicóloga.
A profissional realizou o encaminhamento da paciente para órgãos especializados. “Em Alagoas pode-se procurar as unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou maternidades como o Hospital Escola Santa Mônica”, explicou.
A psicóloga destacou, ainda, que a mãe deve sempre procurar ajuda quando sentir os sintomas da depressão. Paula relatou que mães escondem o problema com medo do julgamento social. Ela lembrou que a depressão é uma doença que pode ser tratada e não representa uma rejeição da maternidade como é frequentemente afirmado erroneamente.
“As mães devem sempre procurar ajuda se sua tristeza for persistente e buscar o apoio de especialistas quando notar uma elevação na intensidade dos sintomas. O importante é não ter receio ou vergonha de procurar ajuda isso pode ser crucial para a o futuro saudável da mãe e do bebê”, orientou.
Agência Alagoas