Notificações por acidentes de trabalho aumentam 65% na UE do Agreste
Somente no primeiro quadrimestre deste ano, a Unidade de Emergência do Agreste (UEA) atendeu 38 pacientes vítimas de acidentes de trabalho. Comparando-se ao mesmo período do ano passado, onde foram atendidos 23 pacientes, ficou constatado um aumento de 65%.
Apesar da alta elevação nas estatísticas, a Unidade de Emergência do Agreste afirma que os números ainda estão bem abaixo da realidade. Isso porque, muitos acidentes de trabalho registrados na região são omitidos e subnotificados.
Durante todo o ano de 2014, a UEA notificou 81 atendimentos a pacientes vítimas de acidentes de trabalho, sendo 53 somente oriundos de Arapiraca. Desse total, 71 foram homens e apenas 10 mulheres. Estão entre as principais vítimas estão os trabalhadores com faixa etária entre 20 e 29 anos.
Os tipos de acidentes de trabalho mais comuns são as quedas, seguidas por choques contra objetos, golpes provocados por ferramentas, cortes e fraturas. Segundo o diretor médico da Unidade de Emergência do Agreste, Celso Marcos, a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) é fundamental para proteger o trabalhador desse tipo de acidente, que pode provocar ferimentos graves, sequelas para o resto da vida e, nos piores casos, levar a morte.
“É lamentável que muitas empresas insistam em manter seus funcionários vulneráveis a esse tipo de risco. A mesma precaução vale para os trabalhadores autônomos que, muitas vezes, arriscam suas vidas apostando somente na sorte e não investem parte do que ganham na própria segurança”, alertou o médico.
Os acidentes infelizmente tornaram-se uma realidade na zona rural. Na agricultura, por exemplo, são comuns os casos de intoxicação, ataques de animais peçonhentos, tombamentos de tratores, acidentes com ônibus de transporte de trabalhadores rurais, entre outros.
Ainda de acordo com o especialista, os acidentes de trabalho não provocam apenas traumas, mas também podem desencadear outros tipos de problemas de saúde como lesões ocasionadas pelo esforço repetitivo, distúrbios osteomusculares correlacionados ao exercício do trabalho, episódios de estresse, de ansiedade e de depressão.
Agência Alagoas