FPI do São Francisco: matadouro de Batalha é interditado
Animais abatidos em desacordo com as normas de higiene sanitária, ambiente insalubre em função de materiais pérfuro-cortantes, vísceras tratadas no chão do estabelecimento. Esse foi o cenário encontrado pela Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco, na tarde desta sexta-feira (22), no matadouro do município de Batalha, Sertão de Alagoas. Em função de todas essas irregularidades, o matadouro foi interditado, a Prefeitura foi multada em quase R$ 43 mil e toda a carne foi apreendida.
A primeira ilegalidade constatada foi na sala da triparia. Antes de subirem para a lavagem numa mesa de inox, as vísceras dos bois estavam espalhadas pelo chão, permitindo sua contaminação com diferentes tipos de bactérias.
Na sequência, constatou-se que os animais não passavam pelo banho com água hiperclorada, uma exigência para diminuir a quantidade de microorganismos patogênicos existentes nos bovinos.
De acordo com a Adeal, o matadouro também não tem programa de controle de qualidade da água e de saúde do trabalhador, não possui sala de necropsia, assim como não tem forno crematório. Esses dois últimos, destinados para os bois que chegarem já doentes. Inclusive, não havia um responsável técnico, que é um médico veterinário, para realizar a inspeção ‘pós-mortem’ dos animais ali abatidos.
Mais ilicitudes
O curral onde estavam 27 bois esperando para o abate também está irregular. Pelas normas sanitárias, ele teria que ter sido construído a pelo menos 80 metros do local onde os bovinos são abatidos.
E as infrações não param por aí. O matadouro não possui câmaras de resfriamento e congelamento e o transporte da carne era feito em temperatura ambiente, longe de ser mantida nos 7° graus, medida exigida em lei.
Sem as licenças oficiais
O matadouro de Batalha não tem registros na Adeal e nem em qualquer outro órgão competente, a exemplo do Ministério da Agricultura e do Conselho Regional de Medicina Veterinária. Ele também operava sem licença ambiental, o que gerou uma multa de quase R$ 36 mil à Prefeitura.
Ainda segundo a Adeal, o carimbo de produto inspecionado existente na embalagem da carne é falso. Ficou comprovado que o procedimento técnico de inspeção higiênico-sanitária não é realizado.
Doenças
A FPI volta a lembrar que carne sem procedência e sem os devidos cuidados pode transmitir várias doenças graves, a exemplo de brucelose, tuberculose, neurocisticercose e leptospirose, todas elas com alto potencial de letalidade.
Além disso, um ambiente sujo e funcionários sem o devido treinamento para seus funcionários pode facilitar o aparecimento de
DTAs – Doenças Transmitidas por Alimentos. A bactéria causadora da salmonelose é uma das mais comuns. Seu desenvolvimento no organismo humano provoca intensa diarreia, vômito e pode levar à morte.
Assessoria