Elias Gleizer é enterrado no RJ

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Crédito: G1

O ator Elias Gleizer, que faleceu aos 81 anos neste sábado (16), foi enterrado às 13h50 deste domingo (17) na capela D do Cemitério Israelita Vilar dos Teles, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Amigos e parentes chegaram ao cemitério para se despedir do ator da Rede Globo às 12h40. Inicialmente, o enterro estava previsto para as 13h e o velório para as 12h, no entanto, sofreu um atraso porque o corpo passou por uma preparação segundo as leis judaicas.

“Éramos muito próximos”, disse a irmã Rosa, muito emocionada, ao chegar no cemitério. A imprensa não foi autorizada a acompanhar a cerimônia de despedida.

Elias Gleizer estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, desde 6 de maio e morreu por falência circulatória em decorrência de um trauma. Ele sofreu uma queda e o quadro se agravou.

“Ele era uma pessoa alegre, alto-astral, para cima. Uma pessoa carismática, que a gente tem agora na memória”, declarou a sobrinha Simone Amar.

Antes do velório, o corpo do ator passou por uma preparação na Praça da Bandeira, no Centro do Rio, na associação religiosa Chevra Kadisha – que se dedica às preparações dos corpos dos mortos segundo as leis judaicas.

“Hoje é um dia muito difícil. Ele fazia praticamente parte da família”, disse José Ribamar de Almeida Cerqueira, dentista do ator, que o conhecia há 30 anos.

“Ele ia fazer uma consulta comigo no dia da queda. Ele estava me esperando, mas para não dar trabalho para mim, ele caiu na escada rolante. Ele entrou bem no hospital, rindo, e até anteontem estava muito bem”, contou ele, emocionado.

Shirlei Ramos, cuidadora do Elias havia seis anos, contou que “ele nunca estava desanimado, apesar de todas as dificuldades”.

“Foi muito sofrimento no hospital. Em casa era muito alegre. Ele me chamava de Sheila, apesar de meu nome ser diferente. Nada tirava o humor dele. Só vai restar saudade”, afirmou ela.

Tradição judaica
Entre os rituais de preparação, segundo as regras de luto da associação Chevra Kadisha do Rio, está fechar os olhos do enlutados “para o mundo físico”. “A pessoa quando morre encontra-se com o Criador. Permitimos que ele os abra para a paz do mundo espiritual”.

Pela tradição judaica, o corpo é coberto pois a religião “considera que deixar o corpo à vista é uma violação do princípio de ‘kevod ha’met’, respeito pelos mortos”. A tradição acredita ainda que cobrindo o corpo, “tentamos conservar na memória a imagem da pessoa em vida, e alargamos nossa visão para abranger uma dimensão espiritual”.

Lavar o corpo antes do enterro, fazer um rasgo na roupa [que deve ser uma simples vestimenta de linho branco] do enlutado – como forma de descarregar a dor e angústia diante da perda de um ente querido, acender velas ao lado do corpo, sepultá-lo no mesmo dia – do contrário, seria um desrespeito com o falecido-, também fazem parte da tradição judaica.

O cemitério israelita é um dos locais destinados ao sepultamento de membros da comunidade judaica no Rio de Janeiro. O ator nasceu em 4 de janeiro de 1934, em São Paulo, e era filho de imigrantes judeus poloneses, de pai sapateiro e mãe dona de casa.

Irmã e sobrinhos

 

A irmã do ator, Rosa, que mora em São Paulo, chegou ao Rio neste sábado acompanhada dos dois filhos, Simone e Mauro, para acertar os detalhes do sepultamento. Elias nunca casou nem teve filhos.

Ele trabalhou no teatro e no cinema, mas consagrou-se na televisão. A carreira de ator começou no fim dos anos 1950, na extinta TV Tupi. O papel mais recente de Elias Gleizer em novelas foi em “Boogie Oogie”, de 2014. O ator também esteve em dezenas de produções, incluindo as novelas “Tempos Modernos”, “Caminho das Índias”, “Pé na Jaca”, “Sinha Moça”, “Sonho Meu”, entre Bruno Gagliasso, que contracenou com Gleizer em “Caminho das Índias”, interpretando seu neto na novela, publicou uma homenagem ao ator e escreveu: “Meu avô querido….. Chegou a hora de descansar!”

 

Fonte: G1

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