Mães guerreiras e abnegadas comemoram seu dia

1aA origem do Dia das Mães é do século passado nos Estados Unidos, porém, de acordo com historiadores, a mais antiga comemoração acontecia na Grécia antiga. A data, sempre festejada no segundo domingo do mês de maio desde os anos 1900, virou símbolo do amor mais puro e, de fato, verdadeiro, o de mãe, além de aquecer as vendas no comércio pelo mundo.

Em Palmeira dos Índios, duas mulheres, duas guerreiras foram escolhidas pelo Portal Estadão Alagoas como forma de homenagear as mães em seu sacerdócio de gerar, educar, formar e amar seres humanos, uma delas já falecida, porém sempre lembrada pela personalidade forte e determinada. A outra, é conhecida por ser uma batalhadora, daquelas já acostumadas com as vitórias diante dos intemperes do cotidiano.

A agropecuarista Maria Cavalcante Machado Ferro, conhecida entre amigos e familiares como Mariquinha Simplício, era sertaneja de Água Branca e chegou a Palmeira dos Índios com a missão de acompanhar os estudos dos seus 21 irmãos mais novos. Um deles, Noé Simplício, aos 23 anos de idade, já era gerente de uma filial de uma empresa da família.

Um dos filhos da saudosa Mariquinha, o empresário Gilberto Ferro, tomou para si uma das características de quem o escolheu como filho, a abnegação e amor fraternal, ao decidir ficar com a guarda dos três filhos, uma jovem de 16 anos, e dois meninos com três e um ano de idade. Dividido entre a sua construtora e a educação da prole, ele é consciente que o amor de mãe é insubstituível.

“Hoje é um dia um pouco triste para mim, porque costumo ficar sozinho, já que meus filhos ficam com as mães. Desde que minha mãe faleceu eu vou visitar seu túmulo. Em poucas letras, mãe é a verdadeira expressão do que é amor. Por isso, tenho carinho e respeito por todas”, justificou.

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MÃE GUERREIRA

O hoje vereador por Palmeira dos Índios e jornalista, Julio Cezar, pode ser considerado como um vencedor, em consequência do amor, abnegação e luta dos seus pais, em especial sua querida mãe, a conhecida “dona Dadá”. Para criar e educar os quatro filhos, um deles já falecido, ela vendia verduras e o esposo, sanduíches pelas ruas da cidade.

Ano passado, Júlio Cezar foi candidato a governador de Alagoas. Na época, ela fazia questão de acompanhar o filho em suas caminhadas e visitas e de externar sua emoção. “Nunca imaginei que o filho de uma verdureira e de um vendedor de passaporte chegaria a ser candidato ao Governo do Estado. Para mim é uma grande honra entregar meu filho para essa missão”, disse sem conseguir conter as lágrimas numa das atividades políticas do filho.

SURGIMENTO DA HOMENAGEM

A entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. A Enciclopédia Britânica, uma das mais conhecidas e respeitadas do mundo, diz: “Uma festividade derivada do costume de adorar a mãe, na antiga Grécia. A adoração formal da mãe, com cerimônias para Cibele ou Rhea, a Grande Mãe dos Deuses, era realizada nos idos de março, em toda a Ásia Menor.” Essa é a menção mais antiga ao Dia das Mães que a humanidade tem conhecimento.

Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões pela criação de uma data para a celebração das mães foi dada pela ativista Anna Maria Reeves Jarvis, que fundou em 1858 os Mothers Days Works Clubs com o objetivo de diminuir a mortalidade de crianças em famílias de trabalhadores. Jarvis organizou em 1865 o Mother’s Friendship Days (dias de amizade para as mães, em tradução livre) para melhorar as condições dos feridos na Guerra de Secessão que assolou os Estados Unidos no período. Em 1870 a escritora Julia Ward Howe – autora de O Hino de Batalha da República – publicou um manifesto pedindo paz e desarmamento depois da guerra.

Porém, a metodista Anna Jarvis é reconhecida como idealizadora do Dia das Mães na sua forma atual. Em 12 de maio de 1907, dois anos após a morte de sua mãe, criou um memorial e iniciou uma campanha para que o Dia das Mães fosse um feriado reconhecido. Ela obteve sucesso ao torná-lo reconhecido nos Estados Unidos em 8 de maio de 1914, quando o Congresso norte-americano aprovou o segundo domingo do mês de maio como Dia das Mães.

No Brasil, em 1932, o então presidente Getúlio Vargas, a pedido das ativistas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, oficializou a data também no segundo domingo de maio. A iniciativa fazia parte da estratégia das feministas de valorizar a importância das mulheres na sociedade, animadas com as perspectivas que se abriram a partir da conquista do direito de votar, em fevereiro do mesmo ano. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

Carlos Alberto Jr.

Especial para Estadão Alagoas

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