Mais de 10 mil trabalhadores estão parados em fábricas de veículos
Em um cenário de queda de 25% nas vendas e de 21,7% na fabricação em abril, na comparação com o ano passado, a indústria automotiva busca soluções para adequar a produção à demanda em baixa.
Atualmente, são mais de 10 mil trabalhadores parados, em férias coletivas, licença remunerada ou cujos contratos foram suspensos temporariamente (layoff). Além disso, montadoras têm aberto planos de demissão voluntária (PDVs).
Volkswagen
A marca com maior número de trabalhadores ociosos é a Volkswagen. Na planta de São Bernardo do Campo (SP), 8 mil têm férias coletivas por 10 dias, desde a última segunda-feira (4).
Os números são do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A marca não confirma a quantidade, mas diz que a produção ficará parada até o dia 14. Na planta, são feitos os modelos Gol e Saveiro.
Em Taubaté (SP), há outros 370 funcionários em layoff, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos local.
Destes, 250 estão parados desde 17 de março. A suspensão de contrato, para eles, vale até 17 de agosto.
Os 120 restantes tiveram os contratos suspensos em 27 de abril, por até 5 meses. Nessa fábrica a Volkswagen produz os modelos Up, Gol e Voyage.
General Motors
A General Motors, dona da Chevrolet, adota medidas de adequação da produção em duas fábricas.
Em São José dos Campos (SP), são 473 trabalhadores com os contratos suspensos desde março. Eles ficarão parados até 8 de agosto. Na mesma planta, outros 325 trabalhadoresterão os contratos suspensos até 7 de agosto.
A montadora também está com um PDV aberto, mas não há informações sobre as condições e o número de adesões. Em São José são montados os veículos S10 e Trailblazer.
Na fábrica de São Caetano do Sul (SP), desde a última terça-feira (5), 467 funcionários da marca estão em “licença remunerada por tempo indeterminado”, informa a GM.
Além disso, 850 trabalhadores estão parados desde 10 de novembro. O layoff, neste caso, acaba no próximo sábado (9). Lá, são feitos os modelos Classic, Cobalt, Cruze, Montana e Spin.
Mercedes-Benz
Na fábrica de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, há 750 trabalhadores com contratos suspensos até 15 de junho.
E também há um plano de demissões voluntárias, aberto até 15 de maio. A marca não informa previsão ou número parcial de funcionários que aderiram.
Em janeiro, a empresa demitiu 160 colaboradores. No final de abril, foi anunciado um corte de mais 500 vagas, mas um acordo com o sindicato adiou a decisão com mais lay-offs e um novo PDV.
Segundo a Mercedes-Benz, no local há um excedente de 1.200 trabalhadores, além dos 750 que estão com os contratos suspensos. A necessidade de mais cortes será reavaliada neste mês.
Ford
A partir da próxima segunda-feira (11), a Ford implantará layoff na fábrica de São Bernardo do Campo. Lá, são feitos caminhões e o New Fiesta hatch. A montadora não divulgou o número de funcionários envolvidos no plano. Todos os demais trabalhadores das linhas de produção entrarão em férias coletivas até 22 de maio.
Fiat
Na planta da Fiat, em Betim (MG), 2 mil trabalhadores entram em férias coletivas a partir da próxima segunda-feira (11). A medida vale por 20 dias e representa cerca de 10% do total de funcionários da unidade.
Suzuki
A fabricante japonesa está pronta para fechar sua fábrica localizada em Itumbiara, no sul de Goiás.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, toda a linha de produção será transferida para a fábrica da Mitsubishi, marca da qual é coligada, em Catalão (GO).
Ainda segundo o sindicato, dos 100 funcionários, 60 serão demitidos e o restante pode se mudar, caso queira, para Catalão, onde continuariam trabalhando. Os desligamentos serão feitos no início de junho.
Mahindra
A empresa indiana, que produzia picapes e SUVs em parceria com a Bramont na Zona Franca de Manaus, também anunciou que vai encerrar a operação. O grupo chegou a vender 250 unidades ao mês, mas não vê mais sentido em continuar no Brasil.
Emprego
Em abril, a indústria automobilística empregava 139,6 mil pessoas, de acordo com a associação das montadoras, a Anfavea.
O montante inclui os que atuam em fábricas de máquinas agrícolas e rodoviárias e é 9,5% inferior ao do mesmo mês em 2014. Na comparação com os últimos anos, esse patamar é superior somente ao de 2010.
Desse total, 122,2 mil pessoas estavam na produção de carros, caminhões e ônibus em abril passado, um volume 8,2% menor que o de 1 ano atrás.
G1