PM substitui Exército em mais quatro comunidades da Maré, no Rio
Começou na madrugada desta sexta-feira (1º) a substituição da tropa da Força de Pacificação do Exército pela Polícia Militar em mais quatro comunidades do Conjunto de Favela da Maré, na Zona Norte do Rio. Esta é a segunda etapa do processo de transição, com a ocupação das favelas de Nova Holanda, Parque União, Rubem Vaz e Nova Maré. Até o início da manhã não havia registro de confrontos na região.
Na primeira etapa, realizada em 1º de abril, foram ocupadas pela PM as comunidades da Praia de Ramos e Roquette Pinto.
De acordo com a PM, por volta das 22h desta quinta-feira (30) foi feito um cinturão de segurança nos acessos às comunidades da Maré, com baseamento em sete pontos. O policiamento na Avenida Brasil, Linha Amarela e Linha Vermelha, vias expressas que margeiam o Conjunto de Favelas, também foi reforçado. Por volta das 6h já era possível encontrar policiais militares nos principais acesssos das comunidades.
Os militares do Exército serão substituídos, nas quatro comunidades por 369 policiais do 22º BPM (Maré). A ação é reforçada por homens do Grupamento Tático de Motociclistas (Getem). Segundo a PM, estão previstas ainda operações do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque (BPChoque), do Batalhão de Ações com Cães e do Grupamento Aeromóvel (GAM).
O governo do estado destacou que os policiais que passam a ocupar as comunidades da Maré estão sendo preparados desde novembro do ano passado.
Instalação de UPP
Serão criadas quatro bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a primeira será instalada na Praia da Ramos/ Roquette Pinto; a segunda nas comunidades de Nova Holanda/ Parque União; outra será responsável pela Baixa do Sapateiro/ Timbau. A última ficará a cargo da Vila do João e da Vila dos Pinheiros.
As quatro bases deverão contar com cerca de 1.620 homens. O relações públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, destacou que esse número poderá sofrer alteração de acordo com as necessidades da região.
Em 1º de abril, quando a PM substituiu a Força de Pacificação nas comunidades da Praia de Ramos e Roquete Pinto, o coronel Caldas destacou as expectativas da ocupação de Conjunto de Favelas da Maré enfatizando que há, nas comunidades, um “clima de pessimismo” quanto ao processo de pacificação. Segundo ele disse na ocasião, “se der errado, vai todo mundo para o buraco. Vai para o buraco a polícia, a sociedade, vai todo mundo”, avaliou.
Ocupação pelo Exército
A Força de Pacificação do Exército começou a ocupar o Conjunto de Favelas da Maré no dia 30 de março do ano passado. A entrada das forças de segurança no conjunto de favelas começou às 5h e durou 15 minutos. Não houve confronto neste primeiro ato
O Conjunto de Favelas da Maré tem área de 7 km², às margens da Baía da Guanabara, e abriga cerca de 140 mil habitantes. O complexo é formado pelas favelas Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiro – Salsa & Merengue, Vila do João e Conjunto Esperança.
Balanço
De acordo com o governo do estado, foram realizadas 65 mil ações na Maré desde a ocupação pelas Forças Militares até o dia 29 de março deste ano. Os 16,7 mil militares que atuaram na Garantia de Lei e Ordem (GLO) efetuaram 467 prisões por crime comum e outras 116 por crime militar. Foram recolhidos 228 menores.
Entre as apreensões, foram 521 de drogas, 54 de armas, 119 de munições (3692 cartuchos), 56 veículos e 87 motocicletas. Mais de 2,2 mil denúncias foram feitas pela população ao Disque Pacificação.
Globo