Travessia para a Europa já matou mais de 1.650 imigrantes em 2015

catsConflitos e regimes ditatoriais na África e no Oriente Médio têm feito aumentar o fluxo de imigrantes ilegais que tentam chegar à Europa para recomeçarem suas vidas. A maioria dos que se arriscam a realizar a perigosa travessia do Mediterrâneo vêm de países da África subsaariana, como Senegal, Eritreia e Somália.

No maior acidente relacionado à imigração ilegal na Europa das últimas semanas, uma embarcação com cerca de 950 pessoas que saiu da Líbia com destino à Itália afundou no Canal da Sicília este domingo (19). Apenas 28 pessoas foram resgatadas com vida até o momento.

esta segunda-feira (20), o governo italiano confirmou que sua Guarda Costeira está tentando socorrer duas embarcações no litoral da Líbia. Cerca de 450 imigrantes estavam à bordo, segundo informações divulgadas pela Agência EFE.

A Itália é um dos principais destinos dos imigrantes e o país tem enfrentado dificuldades para lidar com a questão. No dia 16/4, o governo pediu à União Europeia um maior apoio financeiro para as operações de socorro no Mediterrâneo e uma “resposta clara” sobre para onde os locais devem ser encaminhados depois de resgatados.

Entre os dias 12/4 e 17/4, cerca de 10 mil imigrantes ilegais adentraram o território italiano.  Desde o início do ano, foram 27,9 mil estrangeiros que desembarcaram no país.

No início do mês, um naufrágio na ilha italiana de Lampedusa levou à morte de 143 imigrantes. Testemunhos dos sobreviventes indicam que o barco, que partiu do Norte de África em direção à costa europeia, tinha a bordo 518 pessoas.

No dia 7 de abril, outros quatro barcos afundaram ao tentarem atravessar o Mediterrâneo partindo da Líbia. Das 420 pessoas que estavam nas embarcações, 330 teriam morrido.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, também demonstrou preocupação com a situação. “Nenhum de nós pode permanecer impassível quando centenas de almas se perdem no Mediterrâneo na tentativa de escapar da guerra e a pobreza”, declarou. O país é uma das portas de entradas para imigrantes que desejam adentrar o território europeu.

Cerca de 1.650 imigrantes já morreram este ano tentando cruzar o Mediterrâneo, cifra que deve superar de longe os 3.200 que a OIM (Organização Internacional para as Migrações) estima terem morrido fazendo a travessia no ano passado, levando em consideração que o pico do verão local ainda não começou. Em 2014, foram registradas menos de 100 mortes antes de maio.

O escritório da OIM recebeu nesta segunda-feira (20) uma chamada de auxílio, supostamente procedente de uma embarcação que tenta atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa, confirmou à Agência Efe um porta-voz da entidade. A pessoa que realizou a chamada indicou que os passageiros necessitavam de ajuda, mas ainda não se sabe se ela se referia ao fato da embarcação estar à deriva ou afundando, segundo o porta-voz Joel Millman, desde a sede mundial da OIM em Genebra.

A CE (Comissão Europeia) apresentou nesta segunda-feira um plano com dez propostas para combater o problema migratório, que incluem aumentar o orçamento da operação Tritão de vigilância marítima no Mediterrâneo e os esforços para destruir os navios utilizados pelas máfias para transportar imigrantes. A medida foi anunciada durante a reunião conjunta dos ministros de Relações Exteriores e Imigração convocada para abordar a questão no Mediterrâneo.

Conflitos e regimes ditatoriais na África e no Oriente Médio têm feito aumentar o fluxo de imigrantes ilegais que tentam chegar à Europa para recomeçarem suas vidas. A maioria dos que se arriscam a realizar a perigosa travessia do Mediterrâneo vêm de países da África subsaariana, como Senegal, Eritreia e Somália.

 

Reprodução/ BBC

 

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