Mulher acha durante obra ‘contrato de amor’ feito há 23 anos por ex-morador
A servidora pública Renata Vasconcellos teve uma surpresa ao trocar os armários do apartamento recentemente comprado na Superquadra 216 Sul, área central de Brasília: uma carta amarelada caiu da estrutura de madeira, revelando um “contrato exclusivo de amor” celebrado há quase 25 anos.
Entre as 13 cláusulas acordadas em 10 de novembro de 1991 por Juliana e Christiano – primeiros nomes do casal – estão a proibição de saídas sem aviso e a obrigação de dar carinho, compreensão e amor. Também estavam previstas ligações “sem desculpa de ser interurbano”, mesmo que a cobrar em casos de viagens, e a permissão a cumprimentos a amigos, desde que fossem “sem muita intimidade”.
“Compramos o apartamento em dezembro, começamos a reforma em fevereiro e estamos concluindo as obras agora. Estamos mexendo em tudo, só no piso que não. E resolvi trocar os armários, que eram originais. Assim que os tiramos, caiu um papel lá de trás. No meio deles havia esse contrato, com duas folhas grampeadas. Peguei no chão. Achei interessante e compartilhei com as minhas amigas. É bonitinho”, afirma a mulher.
O acordo traz ainda os endereços e telefones que os namorados tinham na época, além dos nomes completos. Renata conta que ficou curiosa a respeito do casal e decidiu procurá-los nas redes sociais, sem sucesso. O G1 também tentou localizá-los, mas não encontrou nenhum dos dois na web.
Outro esforço feito pela servidora pública foi consultar a certidão de ônus do imóvel para tentar identificar quando o rapaz morou no lugar. Para ela, o homem é filho da primeira proprietária — o apartamento tem três quartos e é de 1985.
“Eu achei interessante, achei engraçado, e fiquei pensando se eles ainda estariam juntos até hoje. Seria legal se ainda estivessem juntos. Pelo teor, me parece que é uma coisa meio de adolescente”, diz a servidora pública. “Pode ser que nem estejam juntos. Talvez isso seja o mais provável. Mas eu gostaria de saber.”
Renata pretende mudar do Lago Sul para a nova casa no final do mês com as duas filhas e o marido. Ela afirma ainda ter esperança de reencontrar Juliana ou Christiano.
“Eu sou romântica, me considero. Mas acho que, naqueles termos em que está lá, talvez eu seja menos, até porque já sou casada há nove anos, então é diferente. Hoje com certeza eu não sou como está nesse contrato, mas achei bonitinho pensar nesse que parece ser o comecinho da relação”, conclui.