Egito confirma pena de morte para líderes da Irmandade Muçulmana
Um tribunal do Egito confirmou neste sábado (11) a pena de morte para o líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, e outros 13 dirigentes do grupo acusados de estabelecer a “sala de operações de Rabba” para fazer frente às autoridades do país.
O tribunal, que já tinha determinado a condenação no último dia 16 de março, confirmou a sentença de morte por enforcamento depois de o caso ser remetido ao mufti Shauqi Alam, a máxima autoridade religiosa do Egito, que devia oferecer seu parecer não vinculativo de acordo com a sharia (lei islâmica).
Além do líder do grupo, foram condenados também outros integrantes do alto escalão da Irmandade Muçulmana como Mohammed Gazlan, Mustafa al Ganini e Saad al Hosseini.
Todos são acusados de comandar operações para enfrentar as autoridades locais e propagar o caos depois do desmantelamento dos acampamentos de protestos nas praças de Rabaa al Adauiya e Al Nahda, no Cairo, em agosto de 2013.
Badie, assim como outros dirigentes da Irmandade Muçulmana, já tinham sido condenados à morte em outros processos por instigar a violência e ter envolvimento nos distúrbios ocorridos no país.
Os 14 citados fazem parte de um total de 37 processados neste caso. Os demais réus foram condenados à prisão perpétua, segundo indicou a agência estatal “Mena”.
Centenas de pessoas foram condenadas à morte no último ano no Egito em grandes julgamentos que as organizações de direitos humanos criticaram por não respeitarem os princípios de um protesto justo e pela gravidade das penas, entre outros motivos.
Alguns dos casos mais polêmicos ocorreram na cidade de Al Minia, ao sul do Cairo, onde centenas de islamitas foram sentenciados à pena capital, entre eles Badie, em poucos meses.
Nenhuma dessas penas tinha sido aplicada até 7 de março, quando um islamita foi executado na forca após ser condenado por assassinato durante os protestos pela derrubada do presidente Mohammed Mursi, em julho de 2013.
Desde o golpe militar contra Mursi, líder da Irmandade Muçulmana, as autoridades perseguiram os simpatizantes, integrantes e líderes do grupo, declarado posteriormente como organização terrorista.
G1