Betty Lago luta contra o câncer ao lado de novo amor

catsBetty Lago é dessas mulheres que sorriem para a vida. É de se estranhar caso alguém se dê conta de que ela está lutando contra um câncer na vesícula e no fígado há dois anos. Betty não dá mole para o acaso.

No iPod anda ouvindo “Refazenda”, de Gilberto Gil. No dia a dia, encaixa suas consultas e sessões de quimioterapia entre o ensaio da peça “Menopausa”, que estreia este mês no Rio, e o namoro de quatro meses com o ator Clovys Torres. “Pode parecer estranho dizer isso, mas estou feliz. Nunca me vitimizei ou me coloquei no lugar de doente. A possibilidade de eu morrer antes de alguém existe? Pode existir, mas tem uma fila grande mesmo. A esperança é a ultima que morre. E eu tenho muita fé”, avalia.

A ex-modelo, atriz e apresentadora, do alto de seus 59 anos, tem sede de vida. Há pouco tempo abandonou os estilosos chapéus por conselho do namorado. “Ele me disse ‘Poxa, você tem uma cabeça tão bacana e está tão linda, por que não?’. E eu passei a sair assim”, conta ela, que, no entanto, não queria chamar a atenção: “Sou uma pessoa discreta na vida mesmo, e ficava com medo de chocar um pouco, de parecer que eu queria chamar uma atenção que eu não queria. Mas agora que meu cabelo já cresceu um pouco e está meio cinza, as pessoas elogiam. Algumas acham que mudei o visual, apenas”.

Com Clovys ela vive um romance de ponte aérea. Ele mora em São Paulo, ela no Rio. “Ele é brilhante, tem uma cabeça ótima, escreve, dirige, atua. Está bem bacana mesmo”, enumera. O amor trouxe frescor aos dias mais complicados. “O amor potencializa o que já tenho, que é essa alegria de viver. Quando você não tem isso, não adianta nem amor”, observa.

Ela já conhecia Clovys há oito anos por meio de mensagens, emails, trabalhos e Facebook. “A gente se encontrou mesmo em dezembro do ano passado. Ele já tinha me chamado para fazer uma peça dele, não rolou porque eu estava ocupada com outra coisa. E um dia ele me mandou um oi”, recorda.

O amor, no entanto, não vem só do namorado, mas também de gente que Betty nunca viu. “As pessoas têm um carinho comigo, uma generosidade. Chegam e dizem que estão rezando, que me colocaram em corrente de orações. Olha, eu entendia o reconhecimento. Mas não sabia que eu era tão querida”, surpreende-se.

Na próxima semana, Betty submete-se a mais uma sessão de quimioterapia. Depois disso, aguarda os resultados. Mas não se martiriza: “Sabe rezar para todos os santos? É isso. Vou ao João de Deus, ao Lar de Frei Luis. Me sinto bem assim. Estou me refazendo”.

 

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