Collor poderá disputar governo de Alagoas na sucessão de 2018
A intensa movimentação do senador Fernando Collor (PTB) nas últimas semanas, com ampla exposição da mídia, tanto alagoana quanto nacional, começa a alimentar especulações, nos bastidores da política, sobre uma possível candidatura sua ao governo de Alagoas, na sucessão estadual de 2018.
Analistas políticos reconhecem que Collor partiu para o ataque, tendo como alvo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para se defender da denúncia de envolvimento com o petrolão – mas lembram que, para quem pretende concorrer ao governo daqui a três anos e seis meses, é fundamental, já agora, empreender esforços para demonstrar sua inocência na operação Lava-Jato.
Eventual candidatura ao governo conduziria o senador petebista a um confronto com o atual governador Renan Filho (PMDB), pondo fim à aliança formada para as eleições do ano passado.
Dos três senadores alagoanos (denunciados no esquema da Operação Lava-Jato), Collor é o único com prova material de envolvimento – existem vários cheques do doleiro Alberto Youssef depositados em sua conta bancária –, mas é precisamente o parlamentar petebista quem mais ataca o chefe do Ministério Público Federal (MPF), usando a estratégia futebolística segundo a qual a melhor defesa é um ataque eficiente.
Observadores políticos salientam que a aliança eleitoral de 2014 teria se encerrado em si mesma, com todos os personagens centrais conquistando posições – Renan Filho se elegeu governador, Collor renovou o mandato de senador e Ronaldo Lessa se elegeu deputado federal. Por esse raciocínio, Collor estaria livre para decidir o que fazer na próxima sucessão estadual.
Lembram, ainda, os estudiosos políticos, que nunca existiu afinidade ideológica e nem programática entre o ex-presidente e o senador Renan Calheiros, líder maior do PMDB no Estado, tanto que Collor ‘esperou uma eternidade’ para ser incluído na frente partidária que comandou a campanha de Renan Filho.
– É uma questão de origem – enfatiza o analista político Cláudio Noronha – Renan sempre caminhou solidário à esquerda, enquanto Collor ingressou na política pela direita mais conservadora, sendo inclusive prefeito de Maceió respaldado pelo regime militar.
Votação pesaria no ânimo do senador
Não bastasse a precariedade dos laços que unem Fernando Collor aos Calheiros, outro fator relevante, citado pelos analistas, poderá influir decisivamente no ânimo de Collor para sair candidato a governador: sua performance nas eleições de outubro último.
De fato, encerrado o processo eleitoral, Fernando Collor foi reeleito senador com 689.266 votos, ou 55,69% dos válidos. A segunda colocada, Heloísa Helena (PSOL), teve 394.309 votos, o equivalente a 31,86% do total.
Depois da apuração, emocionado, Collor expressou: “Emoção enorme carregada de agradecimento para quem confiou seu voto ao meu nome para representar Alagoas no Senado. Podem esperar muito trabalho, muita dedicação, esforço e vontade de tentar resolver os problemas do estado, tirando Alagoas da posição difícil que se encontra, alcançando patamares de desenvolvimento econômico que desejamos”.
Nem o próprio Collor esperava tantos votos, ainda mais enfrentando uma adversária difícil Heloísa Helena – ex-senadora e sempre muito bem situada nas pesquisas de intenção de voto.
Pela ótica dos observadores políticos, Collor pode ter concluído que a grande votação obtida em 2014 teria sido um sinal de que a maioria dos alagoanos o apoiaria numa eventual batalha pelo governo do Estado.
De ressaltar que o então deputado federal Renan Filho foi eleito governador com 670.310 votos, votação, portanto, inferior à conquistada pelo senador petebista.
Cumpre ainda lembrar que, além de Heloísa Helena, Fernando Collor enfrentou um adversário considerável, o democrata Omar Coelho de Mello, procurador do estado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas, que ao final obteve mais de 100 mil votos.
Fonte: Primeira Edição
Nunca mais Collor xau querido!!!