Prisão de top model mais famosa gera polêmica no Paquistão
Há duas semanas, a prisão Adiala, em Rawalpindi, abriga uma detenta peculiar: a top model paquistanesa Ayyan Ali, de 23 anos.
Ela foi presa em 14 de março no aeroporto de Islamabad, acusada de lavagem de dinheiro: os US$ 500 mil em sua mala excediam o limite legal de dinheiro que pode ser transportado para fora do país, estipulado em US$ 10 mil.
A modelo nega a acusação e diz que o dinheiro foi adquirido legitimamente com a venda de imóveis e que ela não tinha conhecimento das regras aduaneiras.
Promotores disseram que, se condenada por tráfico de divisas, a modelo pode ser obrigada a pagar uma multa pesada e enfrentar uma pena de prisão de 14 anos.
Após duas semanas de disputas legais, um pedido de fiança foi negado no final de março e Ayyan Ali deve permanecer presa por mais tempo.
A imprensa paquistanesa tem especulado se ela está sendo favorecida dentro da prisão. Presídios paquistaneses são conhecidos por terem uma “cultura VIP”.
Um jornal sugeriu que ela está num quarto mobiliado com TV e geladeira, além de usar um vestido novo a cada dia e teria recebido um tipo especial de celular que consegue burlar o sistema do presídio que impede ligações.
Maior modelo paquistanesa
Conhecida simplesmente como Ayyan, ela iniciou sua carreira nas passarelas aos 16 anos e, rapidamente, se tornou a modelo paquistanesa mais conhecida e bem sucedida. Especulou-se, até, que ela representaria o Paquistão no concurso Miss Universo.
Ela também é cantora e vídeos podem ser vistos no Youtube.
Autoridades prisionais negaram à BBC que a modelo está sendo favorecida. Segundo elas, Ayyan vive em um bloco com 10 outras presidiárias e pode se encontrar com parentes duas vezes por semana, seguindo leis locais.
A maioria das outras presidiárias está envolvida em crimes como tráfico de drogas e até assassinato.
Segundo detentas, a modelo passa a maior parte do tempo deitada na cela e, às vezes, conversa com outras presidiárias. Ela pode comprar comida da cantina e emprestar livros da prisão.
Não há regras sobre como as detentas devem se vestir – o que significa que ela pode usar qualquer vestido que quiser. Somente condenados vestem uniforme da prisão.
Autoridades também disseram que ela pediu celas conhecidas como categoria B, devido a sua formação. O ministro do Interior tem autoridade para transferir prisioneiros para condições de categoria B.
De acordo com o código penal do Paquistão, detentos que concluíram 14 anos de educação são aptos a condições da categoria B, onde têm direito a um funcionário e cela com melhores condições. Mas isso só é permitido em casos criminais o que, provavelmente, não seria aplicável a ela.
Estima-se que Adiala Jail tenha cerca de 4,5 mil presos. É uma das maiores prisões do país e já esteve no centro de diversas polêmicas, incluindo Rimsha, uma jovem cristã acusada de blasfêmia, que acabou sendo libertada.
A prisão está sob pressão devido as condições de presos e o tratamento de determinados detentos.
MSN