Francês que recebeu coração artificial já pode até andar de bicicleta
Oito meses após ter recebido um coração artificial, francês conta que tem uma vida praticamente normal e já pode até andar de bicicleta. Ele foi o segundo paciente a ser submetido à cirurgia. O primeiro morreu 74 dias após o transplante.
Em uma entrevista publicada no Journal du Dimanche, o homem de 69 anos, que preferiu guardar o anonimato, contou como vive com o coração artificial. “Praticamente desde o dia da operação me sinto como se estivesse revivendo. É formidável”, disse o paciente, que foi submetido à cirurgia em agosto de 2014 na cidade de Nantes, no oeste da França.
“Eu ando, me levanto e me abaixo entre dez e quinze vezes por dia, sem problemas”, relata o francês, que diz esquecer que vive com um coração artificial. “Só não posso esquecer de carregar as baterias”, completa. “Eu fiz uma tabelinha na qual anoto os horários de recarga. Não é muito complicado,” conta.
Primeira cobaia humana morreu
O homem, que deixou o hospital em janeiro, é o segundo paciente a receber o transplante de um coração artificial no país. O primeiro foi um doente de 76 anos de idade, operado em dezembro de 2013, mas que morreu 74 dias após o procedimento, vítima de uma parada inesperada da máquina.
De acordo com o professor Daniel Duveau, que realizou a operação, a recuperação rápida do segundo paciente foi uma surpresa. “Recomendamos que ele usasse uma bicicleta ergométrica em casa para se exercitar aos poucos, mas ele nos disse que já está pedalando pelas ruas com um bicicleta convencional”.
O coração artificial, concebido e desenvolvido pela empresa Carmat, está na primeira de duas fases de testes clínicos previstos antes de uma homologação e comercialização na União Europeia. Mas para Jean-Claude Cadudal, presidente da empresa, ainda é preciso ter mais pacientes para considerar que o procedimento é um sucesso total. Ele não informou se novos transplantes foram realizados.