Copiloto fez buscas por suicídio na internet dias antes de queda de avião
Promotores alemães informaram nesta quinta-feira (2) que encontraram em um computador apreendido na casa do copiloto do avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses buscas na internet por métodos para cometer suicídio. As buscas foram feitas dias antes da tragédia, segundo a Reuters.
De acordo com os promotores, também foram encontradas buscas sobre o funcionamento das portas da cabine dos aviões e suas medidas de segurança.
Em um tablet apreendido durante uma operação em uma das residências do copiloto Andreas Lubitz, os investigadores conseguiram acessar o histórico de buscas na internet até 23 de março, que mostram que ele se informou sobre maneiras de cometer suicídio, assim como sobre portas de cabine de comando e suas medidas de segurança, afirma um comunicado da promotoria de Dusseldorf, responsável pela parte alemã da investigação.
Além disso, ele estava procurando por médicos e havia se consultado com pelo menos cinco deles, disse uma fonte judicial com conhecimento das investigações, segundo a emissora americana “CNN”.
Segundo os investigadores, está cada vez mais claro que Lubitz estava com muito medo de perder sua licença para pilotar devido a seus problemas médicos, informou a fonte. O copiloto fazia consultas seguidas com diversos médicos procurando ajuda.
Lubitz é acusado de derrubar deliberadamente o Airbus A320 da companhia alemã há 10 dias, matando as 150 pessoas a bordo. Os investigadores estão focados em sua saúde enquanto tentam estabelecer o que o motivou.
Relatos de diversos problemas de saúde foram divulgados pelas autoridades e pela imprensa internacional sobre o copiloto.
A promotoria de Düsseldorf disse na semana passada que encontrou documentos médicos “que apontam uma doença e o tratamento médico correspondente” na casa de Lubitz e na de seus pais, na cidade alemã de Montabaur. Um atestado médico para o dia do acidente também foi encontrado – ele não foi entregue à empresa.
O site do jornal alemão “Die Welt” informou que agentes da polícia acharam vários remédios para tratar um grave “transtorno psicossomático” no apartamento em Düsseldorf.
Segundo o jornal americano “The New York Times”, Lubitz também tinha problemas de visão que poderiam ter colocado em risco seu trabalho, no qual acumulava uma experiência de 630 horas de voo.
O jornal francês “Le Parisien” informou que ele sofria de transtorno de ansiedade generalizada (TAG). De acordo com a publicação, os médicos que o atenderam em 2010 aplicaram injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico, e recomendaram que Lubitz praticasse esportes para recuperar a autoconfiança.
O popular jornal alemão “Bild” publica nesta terça-feira (31) as declarações de um investigador do caso nas quais reconhece que as investigações apontam que o medo de perder sua licença foi o que levou Lubitz a fazer cair propositalmente o Airbus 320 da companhia alemã de baixo custo Germanwings, filial da Lufthansa, que viajava entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha).