Especialista da Sesau orienta sobre como proceder em picadas de escorpião
Lavar o ferimento com água e sabão, não fazer esforço físico e procurar orientação imediata em Posto de Saúde, Unidade Básica de Saúde ou Hospital de Referência. Esses devem ser os procedimentos a serem adotados por uma vítima de picada de escorpião, segundo recomenda a gerente de Controle de Zoonoses e Vetores da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Silvana Tenório.
A especialista alerta que, em hipótese alguma, a vítima deve amarrar ou fazer torniquete, nem aplicar nenhum tipo de substância ou curativos que fechem o local, já que isso favorece a ocorrência de infecções. Também segundo Silvana Tenório, não é adequado cortar, perfurar ou queimar o local da picada, além de ingerir bebidas alcoólicas, já que além de não trazerem nenhum efeito positivo contra o veneno, podem contribuir para agravar o quadro clínico do paciente.
A gerente de Controle de Zoonoses e Vetores da Sesau informa que a maioria dos casos de picadas de escorpião registrados em Alagoas não apresenta gravidade, mesmo assim, é importante que a vítima procure de imediato o serviço de saúde mais próximo de sua residência. “Ao ser atendido, o médico fará a avaliação e, dependendo da situação do paciente, realizará o bloqueio analgésico, visando evitar a dor”, informa.
Unidades de Referência
Em Alagoas, existem oito unidades de referência para o tratamento às vítimas de animais peçonhentos: Unidade de Emergência Dr. Daniel Hoully, em Arapiraca; Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe; Unidade Mista Dr. Antenor Serpa, em Delmiro Gouveia; Hospital Regional Santa Rita, em Palmeira dos Índios. As pessoas podem procurar ainda a Unidade Mista Senador Arnon de Melo, em Piranhas; Unidade de Emergência Antônio de Jesus, em Penedo; Unidade Mista Djalma dos Anjos, em Pão de Açúcar; e Hospital Escola Hélvio Auto, em Maceió.
No entanto, na capital, a gerente de Controle de Zoonoses e Vetores da Sesau recomenda que a vítima procure um dos cinco Ambulatórios 24 Horas. Isso porque, apenas os casos moderados e graves, de acordo com Silvana Tenório, devem ser encaminhados para o Hospital Escola Hélvio Auto. O Ambulatório Assis Chateaubriand está situado no Tabuleiro do Martins, o Dom Miguel Câmara, na Chã da Jaqueira, João Fireman no Jacintinho, Denilma Bulhões, no Benedito Bentes e Noélia Lessa, no bairro da Levada.
Constatação
E após ser picado por um escorpião na noite do último domingo (22), o publicitário Ronaldo Pontes procurou o Hospital Escola Hélvio Auto, munido do Cartão do SUS. Na unidade, ele foi examinado e aplicou um anestésico para aliviar a dor, deixando-o em observação por 60 minutos e liberando-o posteriormente.
“Estava utilizando o computador com as pernas cruzadas em cima de uma cadeira. Ao sair do local para atender uma ligação, acabei pisando em cima de um escorpião e senti uma picada, que imediatamente começou a arder. Ao olhar para o chão, vi que se tratava de um escorpião e procurei me informar sobre o que fazer. Fui orientado a procurar o [Hospital Escola] Hélvio Auto”, relatou o publicitário.
Dados
De acordo com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (Sinan), em 2014 foram registrados 5.995 casos, com dois óbitos, sendo um em Maceió e outro em Colônia Leopoldina. A espécie “Tityus stigmurus”, conhecido como escorpião amarelo do Nordeste, é o responsável por aproximadamente 100% dos acidentes em Alagoas.
Por isso, ainda de acordo com Silvana Tenório, as ocorrências registradas no Estado são leves, mas podem resultar em casos moderados e graves, principalmente se afetarem crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa.
“Ocorre maior concentração em Maceió, principalmente em locais de grande concentração populacional, de baixa renda, sem saneamento básico e com deficiência na coleta de lixo”, ressalta.
Prevenção
Para evitar o surgimento de escorpiões, Silvana Tenório orienta que é necessário adotar algumas medidas simples, como evitar o acúmulo de materiais como entulhos e restos de construção, manter o jardim sempre aparado e bloquear ralos para dificultar que os aracnídeos tenham acesso às residências. Para a proteção de crianças e recém-nascidos, pacientes com maior vulnerabilidade ao veneno do escorpião, as camas e berços devem ser colocadas a 10 centímetros das paredes, mantendo os mosquiteiros longe do chão.
“É importante que, antes de utilizar sapatos, toalhas e roupas, seja verificado se não há um escorpião agarrado a estes objetos, principalmente quando serão utilizados por bebês, crianças e idosos, cujo efeito do veneno de escorpião é mais nocivo. Também é necessário evitar colocar as mãos em buracos no solo, troncos ou pedaços de madeira, e sempre utilizar luvas quando tais ações forem necessárias”, ressalta Silvana Tenório.
Agência Alagoas