Modelos são mortas em Honduras; crime teria relação com narcotráfico
Três modelos hondurenhas foram assassinadas a sangue frio neste domingo em Tegucigalpa, Honduras. As autoridades locais afirmaram nesta segunda-feira (16) que o crime estaria relacionado com o assassinato de um empresário colombiano e de sua mulher hondurenha, por suposta disputa de dinheiro vindo do narcotráfico.
Ao menos quatro homens armados perseguiram o veículo com 11 pessoas em que estavam as modelos, as tiraram do automóvel e as mataram. No tiroteio, dois homens ficaram feridos, sendo que um deles morreu logo depois em um hospital público da cidade.
A polícia identificou as modelos como Mariela Ordóñez, de 27 anos; Madeline Ramírez, 21, e Blanca Velásquez, 20.
Além de modelos profissionais, elas eram coreógrafas e professoras de dança caribenha em San Pedro Sula, a segunda maior cidade do país a 180 km a norte da capital. Elas realizavam uma turnê promocional de um refrigerante local.
“O massacre das jovens está relacionado com a morte do colombiano Álvaro Solarte e sua mulher Doris Barahona”, disse à agência Associated Press um porta-voz policial, o subcomissário Leonel Sauceda.
Segundo ele, as “investigações estabelecem que a série de assassinatos tem como possível motivo a exigência de um dinheiro do narcotráfico”. De acordo com o porta-voz, Solarte teria ficado com milhares de dólares que agora é reivindicado por uma organização de narcotráfico. Ele não disse quanto seria a soma, nem divulgou o nome do cartel.
Ordóñez “era amiga íntima de Barahona e supomos que dispunha de dados sobre o paradeiro dos dólares e por isso a mataram”, disse o porta-voz.
Morte do casal
O colombiano foi encontrado estrangulado no dia 3 de março em uma rua de San Pedro Sula depois de ser levado à força de sua casa por quatro indivíduos com uniformes de polícia, que telefonaram para sua mulher para indicar o lugar onde haviam jogado o cadáver.
Já Barahona foi baleada na sexta-feira por quatro desconhecidos quando tirava o corpo de seu marido de uma funerária para repatriá-lo à Colômbia.
“Os assassinos pretendiam levar Barahona para extrair informações sobre o dinheiro, mas ela ofereceu resistência e a mataram”, afirmou Sauceda.
O porta-voz da polícia informou que o colombiano fez negócios com David Ruiz, irmão de Plutarco Ruiz, que está preso pelo assassinato da Miss Honduras María José Alvarado e sua irmã, em novembro passado.
Em 26 meses, 80 massacres deixaram ao menos 467 vítimas no país, considerado pela ONU um dos mais violentos do mundo.
A cada ano passam elo território hondurenho mais de 100 toneladas de cocaína provenientes da América do Sul e com destino aos Estados Unidos, segundo o governo.
G1