Saúde disponibilizará medicamento a pacientes com transtorno bipolar
Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com transtorno bipolar passarão a ter acesso a medicamentos para o tratamento da doença, caracterizada por alterações de humor, que se manifestam como episódios depressivos, alternando-se com momentos de euforia, em diversos graus de intensidade. O acesso do medicamento foi assegurado no último dia 9 de março, graças à portaria nº 3, publicada no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 10.
Com isso, cinco medicamentos foram incorporados ao Componente Especializado de Assistência Farmacêutica (Ceaf), ligado à Diretoria de Assistência Farmacêutica (DAF). A partir de agora, os medicamentos Clozapina, Lamotrigina, Olanzapina, Quetiapina e Risperidona fazem parte da linha completa de tratamento para a doença, que, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), afeta até dois milhões de brasileiros.
De acordo com Erivanda Meireles, diretora de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), os remédios já fazem parte do estoque do Ceaf, mas, com a nova demanda, será um novo balanço para reforçar o estoque.
“Alguns desses medicamentos já são disponibilizados para o tratamento da esquizofrenia e epilepsia. Agora, precisamos conhecer o perfil e as necessidades desses novos pacientes, para fazermos uma nova programação e atender à demanda”, destacou.
A diretora de Assistência Farmacêutica da Sesau informa que os medicamentos Lamotrigina e Risperidona já estão incluídos no Ceaf e são de responsabilidade da Sesau. Já o Clozapina, Olanzapina e Quetiapina são enviados ao Estado pelo Ministério da Saúde.
Para ter acesso aos medicamentos, os portadores de transtorno bipolar usuários do SUS devem procurar a Assistência Farmacêutica para preencher um formulário. Em seguida, é necessário levar o formulário até o médico psiquiatra ou neurologista e retornar à unidade para cadastrar a solicitação do medicamento no sistema da DAF. “Depois deste trâmite, o usuário deve aguarda um prazo de 15 dias para verificar se o seu processo foi deferido para ter acesso ao medicamento”, explicou.
Genética
Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), a doença tem forte base genética, onde 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar afetado. Para se ter ideia, filhos de portadores do problema apresentam risco aumentado de apresentar a doença, quando comparados com a população geral.
A mortalidade dos portadores de transtorno bipolar é elevada, e o suicídio é a causa mais frequente de morte, principalmente entre os jovens. Estima-se que até 50% dos portadores tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% efetivamente o cometam. Também doenças clínicas como obesidade, diabetes, e problemas cardiovasculares são mais frequentes entre portadores de transtorno bipolar do que na população geral.
Agência Alagoas