Biografia refaz últimos minutos de vida de Elis Regina
A segunda biografia daquela que até hoje é considerada a maior cantora do país, “Elis Regina — Nada será como antes” (Editora Master Books), de Julio Moura, refaz com riqueza de detalhes os últimos instantes de vida da Pimentinha, que completaria 70 anos no próximo dia 17. Os dois capítulos finais são dedicados à sua morte. No dia 19 de janeiro, de 1982, a cantora foi encontrada morta, caída em seu quarto, segurando um telefone com a mão estendida, pelo namorado da época.
“Samuel (Mac Dowell) tentava reavivá-la, gritando seu nome e fazendo respiração boca a boca”, conta o livro, que revela que a demora para a chegada da ambulância, mais de uma hora, foi determinante na morte de Elis ( “Os sinais mostravam que a cantora havia chegado aos seus cuidados tarde demais”, diz um trecho do livro, segundo a médica que a atendeu). Foi o próprio Samuel quem desceu com ela nos braços até pegarem um táxi rumo ao Hospital das Clínicas. Chegando lá, uma médica, que tinha voltado naquele mesmo dia de sua licença-maternidade, ficou responsável pelo atendimento médico.
“Tudo o que Elis precisava fazer era tossir, gemer, dar um único respiro. ‘Ela continua parada’, dizia um enfermeiro. Os médicos tentaram por muito tempo, até que Celina (sua secretária) ouviu a frase que fez tudo ao seu redor se movimentar em câmera lenta: ‘Não tem mais jeito’”, narra a biografia no exato momento da morte de Elis Regina. A causa, motivo de controvérsia na época e anos depois, está no livro: a ingestão de álcool e cocaína, uma combinação explosiva.