Barusco confirma repasse para campanha de Dilma em 2010
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse nesta terça-feira, em depoimento à CPI da Petrobras, que atuou na intermediação de um repasse de US$ 300 milhões da empresa holandesa SBM Offshore para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. O conteúdo já havia sido detalhado por Barusco em depoimento concedido à Polícia Federal no acordo de delação premiada.
Segundo Barusco, o então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, pediu ao representante da SBM, Júlio Faerman, US$ 300 mil para reforçar o caixa da campanha eleitoral. Ele disse ter repassado o dinheiro ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
“Foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento”, afirmou.
Barusco diz ter começado a receber propina da SBM Offshore em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, mas alega ser um crime que cometeu isoladamente, por um acerto pessoal feito com a empresa. Na época, ele ocupava o cargo de gerente em um departamento de tecnologia da estatal.
Segundo seu depoimento à CPI, que reprisa o que foi dito na delação premiada, a propina passou a ser “institucionalizada” entre 2003 e 2004, durante o governo Lula, quando ocupou a gerência na Diretoria de Serviços.
A falta de informações sobre o período entre 1997 e 2003 irritou petistas presentes à CPI. Barusco alegou que o tema é alvo de outra investigação, a cargo do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça holandesa.
“O PSDB e outros partidos que fizeram saudação ao depoente estão gostando desse depoimento. O PSDB e outros partidos querem meia CPI”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS), exaltada.
O depoimento de Barusco era uma aposta do PT para tentar ampliar o escopo da CPI, passando a investigar também o período Fernando Henrique Cardoso.
Terra