Ucrânia denúncia morte de soldados em meio a trégua no leste do país

catsPelo menos cinco soldados ucranianos morreram e outros 22 ficaram feridos em combates com rebeldes pró-Rússia perto da cidade de Mariupol, no leste da Ucrânia, nas últimas horas, anunciou nesta segunda-feira (16) um porta-voz militar à France Presse.

Perto do importante porto de Mariupol, a última grande cidade controlada pelo governo ao sul da região de Donetsk, “a trégua foi violada na localidade de Shirokin”, onde disparos de tanques e obuses mataram cinco soldados, informou o porta-voz militar Dmytro Tchaly.

Outro porta-voz, Vladislav Selezniov, disse que o Exército ucraniano não começará “por enquanto”, contrariamente ao previsto nos acordos de Minsk, a retirar as armas pesadas da linha de frente no leste do país, devido aos contínuos ataques dos rebeldes.

“Por enquanto não se trata de retirar as armas pesadas. Como podemos retirá-las se os rebeldes tentam nos atacar com tanques e disparam contra nós continuamente?”, afirmou Selezniov.

De acordo com a Reuters, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, disse nesta segunda que as forças do país foram atingidas 112 vezes por separatistas nas últimas 24 horas, mesmo em meio ao cessar-fogo.

“Nós estamos observando o regime de cessar-fogo, mas infelizmente nas últimas 24 horas ocorreram 112 ataques dos terroristas de Donetsk e Lugansk”, disse Klimkin.

“Estes são ataques de artilharia, ataques de morteiro e ataques com Grad [sistemas de foguetes]”, afirmou o ministro. Os rebeldes pró-Moscou rejeitam a designação dada a eles por Kiev de terroristas.

Os pró-Rússia também acusaram a Kiev de descumprir o cessar- fogo: o número dois das milícias da autoproclamada república popular de Donetsk, Eduard Basurin, acusou os militares ucranianos de retomarem os bombardeios contra várias localidades.

Retirada de armamento
Os separatistas pró-Rússia também advertiram que não há condições para a retirada do armamento pesado da zona de segurança, como ficou combinado no acordo da cúpula de Minsk, realizada semana passada.

O armamento pesado “será retirado em caso de cumprimento dos acordos de Minsk. Por enquanto, tais condições não estão sendo cumpridas”, disse Eduard Basurin, subchefe do comando militar da autoproclamada república separatista de Donetsk, à imprensa.

Segundo o documento aprovado em 13 de fevereiro pelos dois lados, a retirada do armamento pesado deve começar no máximo no 48 horas depois do cessar-fogo, que entrou em vigor na meia-noite de sábado para domingo.

Os separatistas só farão a retirada das peças de artilharia e plataformas de lançamento de mísseis da zona desmilitarizada quando “receber um claro sinal” de que as forças governamentais também começaram a fazê-lo.

As peças de artilharia de mais de 100 milímetros de calibre devem serão retiradas de um trecho de 50 quilômetros, e as plataformas de lançamento de mísseis Tornado, Uragan e Smerch, e os sistemas de mísseis táticos Tochka devem ser recuados de uma faixa de 140 quilômetros.

 

G1

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