Violência: Brasil é tricampeão mundial de mortes relacionadas ao futebol

catsNo país da impunidade, vale até colocar a mãe de brigões no cordão de isolamento para evitar confusão — foi o que ocorreu no jogo Sport x Náutico. É o desespero pela paz que invade os estádios de futebol do Brasil, país que, infelizmente, é “tricampeão mundial” de mortes em confrontos: 2012, 2013 e 2014, num total de 71 óbitos.

O levantamento que deu origem ao ranking foi conduzido pelo professor e sociólogo Maurício Murad, que coordenou a pesquisa no programa de pós-graduação da Universo, no Rio, e apontou Argentina e Itália como as outras duas nações mais violentas do planeta bola.

Os números só levaram em consideração as mortes comprovadas e não estão incluídas aquelas cujos inquéritos policiais ainda não foram concluídos. Em 2014, talvez motivado pela Copa do Mundo, o resultado foi o menos desastroso dos últimos três anos: “apenas” 18, contra os 23 de 2012 e os 30 óbitos de 2013. A estatística do ano corrente aponta para números ainda mais assustadores, já que até o momento já são três mortes em confrontos de facções. Se a projeção matemática for seguida à risca, o Brasil terminará o ano com um total de 36 mortos.

A crescente escalada de violência já se fez presente nos estaduais. Por aqui, torcedores do Flamengo invadiram o Estádio Cláudio Moacyr, em Macaé, e agrediram o goleiro Ricardo Berna e outros integrantes da equipe da casa. Após o ocorrido, o delegado Filipe Poeys solicitou as imagens do circuito interno de vigilância e instaurou inquérito para apurar responsabilidades. Na semana passada, organizadas de Flamengo e Fluminense brigaram em pleno centro de Nova Iguaçu, quando tricolores voltavam de uma partida em Édson Passos enquanto rubro-negros se dirigiam ao Maracanã. No Vasco, a Força Jovem rachou por desavenças políticas e o risco de explodir uma guerra é grande. No Botafogo, a Fúria Jovem se desetendeu antes do jogo contra o Bonsucesso.

Em São Paulo,a tensão e a violência tomaram conta do clássico Corinthians x Palmeiras. Durante a última semana, o Ministério Público de São Paulo defendeu a adoção de torcida única.

— As autoridades não cumprem obrigações constitucionais. O que falta é a aplicação das leis sobre estes grupo infiltrado, gente que tem ligações com as milícias e o tráfico . Torcida única não resolve, é como matar o boi para acabar com o carrapato. É decretar que a guerra está perdida— opinou Murad.

Fonte: Extra

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