Não há decisão tomada sobre rodízio de água, afirma Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou nesta sexta-feira (30) ter tomado qualquer decisão sobre a implementação de um rodízio de água na Região Metropolitana de São Paulo. No início da semana, Paulo Massato, um dos diretores da Sabesp, aventou a possibilidade de um calendário de cinco dias com água por dois sem.
“Não há nenhuma decisão tomada. Esse é um assunto tecnicamente que a Sabesp está avaliando, monitorando permanentemente”, afirmou Alckmin após reunião com representantes do governo federal, em Brasília. “Optamos pela válvula redutora de pressão. Porque assim não zeramos o sistema e diminuímos o risco de contaminação.”
O governador também negou que exista um gatilho, baseado no volume de água disponível no sistema Cantareira – o maior da região -, para o início do rodízio.
“Não temos um número. Temos 5,1%, quadro agora de estabilidade, e temos mais a terceira reserva técnica que nós evitaremos de utilizá-la. A Sabesp está fazendo todos os estudos”, disse Alckmin. “Mas o governo evidentemente tomará todas as medidas que forem necessárias.”
Obras
Alckmin também anunciou a realização, em parceria com a União, de uma obra de interligação do Rio Grande, que hoje abastece a represa Billings (que não está em níveis baixos), para o sistema Alto Tietê, por meio de uma tubulação paralela a um gasoduto da Petrobras.
Numa outra intervenção, São Paulo vai interligar as represas Jaguari, da bacia do Paraíba do Sul, com a de Atibanhia, que faz parte do sistema Cantareira. As obras, que custarão R$ 830,5 milhões e levarão um ano e meio, serão executadas pela Sabesp e bancadas pelo governo federal.
O empreendimento foi incluído no Regime Diferenciado de Contratação (RDC), modelo de licitação rápido inicialmente criado para as obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas e posteriormente ampliado para outras ações do Poder Público.
O ministro Aloizio Mercadante (PT), que participou do encontro com Alckmin, lembrou que os prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo estudam a possibilidade de impor multas a quem desperdiçar água.
“E no governo federal estamos [estudando] medidas de normatizar o reúso da água por parte da indústria, para que a gente não desperdice água, recicle”, afirmou Mercadante.
Agropecuária pode perder abastecimento
O governador disse que o Estado já tem atuado em ao menos três frentes para combater a crise hídrica e, questionado se pode haver redução de destinação de água para a agropecuária, disse que a prioridade inicial é abastecer a população, depois os animais e, em seguida, suprir a produção agrícola.
“Fizemos aumento de oferta onde era possível, implantamos a interligação do sistema – estamos substituindo o Cantareira por outro sistemas – e começamos a trabalhar com a válvula redutora de pressão”, afirmou.
IG