Coopervan e sindicato pedem respeito ao cidadão alagoano
Após as denúncias feitas pela Cooperativa de Transporte Intermunicipal de Passageiros de Alagoas (Coopervan) à sociedade alagoana, a diretoria da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas resolveu tentar defender-se atacando a idoneidade dos trabalhadores do setor que foram excluídos das licitações por não concordarem, com apadrinhamentos, conchavos e correlatos. Fato até hoje comprovado pela própria Arsal, em suas ações quase desesperadas e desastrosas que prejudicam diretamente os transportadores e principalmente a população que depende do serviço.
Em suas últimas ações amplamente divulgadas na imprensa, a agência reguladora solicita que os transportadores aprovados na licitação de 2011 efetuem o recadastramento. Pois bem, o que a simplesmente a Arsal esqueceu de salientar que, para tanto, o transportador deve pertencer aos quadros de um sindicato protegido pela atual gestão. Na lista de documentos pedidos está o Registro Comercial da Pessoa Jurídica Individual, item que solicita a “Certidão do Sindicato dos Transportadores Complementares de Passageiros de Alagoas – SINTRANCOMP”.
Por conta dessas denúncias, o presidente do Sindicato dos Transportadores Complementares de Alagoas (Sintraconal), Robeval Lagoa, resolveu pronunciar-se contra os novos desmandos de quem está à frente e atrás da Arsal. “O pessoal da Arsal tenta, a todo custo, passar à população uma imagem de que tudo sempre esteve correto e às claras. É mentira! Os apadrinhamentos, o protecionismo, as irregularidades, entre diversas outras situações consideradas por nós como desnecessárias, quando se fala no bem público, sempre existiram”, revelou.
“Nossos trabalhadores não são coniventes com pagamento de chips, com taxas inventadas para benefício dos interesses de terceiros e, principalmente, com a indicação de que o recolhimento de taxa sindical deve ser feito apenas a um sindicato protegido”, ponderou ao lembrar que, desde junho de 2010, a Arsal fere sentença proferida pela juíza Maria Ester Fontan Cavalcanti Manso, da 16ª Vara Civel da Capital, registrada sob número 001.07.004753-8.
O representante é mais enfático ao afirmar que as licitações no setor, ao contrário do que afirma a Arsal em nota, em nada ajudaram, ajudam ou muito menos deram “mais qualidade e segurança aos usuários”. “Pelo contrário, o que se viu foi o aumento do número de acidentes, com vítimas fatais, como denunciamos à época, e da quantidade de assaltos. E esses números ninguém pode contestar, afinal, contra fatos não há argumentos. Pedimos explicações e, até agora, a população não teve resposta”, frisou Lagoa.
O representante foi além e rebateu a Arsal. “Quem sempre agiu de forma leviana e irresponsável nisso tudo não fomos nós, trabalhadores de fato e pagadores de impostos. Por falar na questão financeira, deixamos claro, por mais uma vez, que não somos nós quem agimos à sombra da agência reguladora. O trabalhador não pode, por exemplo, ser obrigado a filiar-se a um sindicato para ter garantidos seus direitos. A agência não pode recomendar um sindicato aos trabalhadores, ao contrário do que acontece hoje. Como se chama isso?”, questionou.
Já o presidente da Cooperativa de Transporte Intermunicipal de Passageiros de Alagoas (Coopervan), Marcondes Prudente, diz que os trabalhadores não são coniventes com pagamento de chips e com taxas inventadas, por exemplo. “A Arsal nunca agiu com lisura ou respeito, ao permitir, por exemplo que estranhos ao sistema, no caso os fiscais terceirizados e sem preparação alguma, agissem pelas rodovias estaduais autorizando a Polícia Militar a multar trabalhadores que e deixar passageiros jogados nas estradas a mercê, por exemplo, da ação de bandidos. Com quem está a leviandade, a irresponsabilidade?
Prudente ainda destacou que o Artigo 231 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) é bem claro quanto a isso. “Já o STF [Superior Tribunal Federal] já decidiu que, mesmo que nossos trabalhadores estivessem transportando passageiros de forma irregular, o que não é o caso, nenhum veículo poderia ser apreendido. Continuamos confiando na Justiça e no bom senso do novo Governo de Alagoas quanto a esses desmandos cometidos na nossa Arsal, autarquia que deve ser tratada com mais respeito por quem está a sua frente. No mais, pedimos respeito ao cidadão alagoano que depende do transporte complementar”, explicou.
Da Redação