Jogador do Fla, Thallyson sofreu para se estabelecer no futebol alagoano

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Reforço do Flamengo para esta temporada, Thallyson teve de castigar os pés em muitas pedras até chegar à elite do futebol brasileiro. Poucos, no entanto, sabem o início da história. Há cinco anos, o lateral-esquerdo assinou o primeiro contrato profissional com o CSA e, na mesma temporada, passou pela tristeza de ser desligado do clube, segundo o ex-diretor da base Berivaldo Lins.  Thallyson confessava às pessoas mais próximas a insatisfação por ter um contrato e não ser utilizado no elenco principal.

– Quando ele chegou da Copa São Paulo, eu já não estava mais no CSA, mas eu sempre ia no clube e conversava muito com ele. O Thallyson fez o primeiro contrato profissional e, quando este vínculo terminou, muita gente não lhe deu valor. Aí ele conversou comigo e me disse que tinha o sonho de ir a Arapiraca. Eu dei a maior força e ele foi para se tornar campeão do ASA – declarou o ex-dirigente azulino.

A chegada do jovem jogador ao Azulão seguiu o ritmo da maioria dos casos no pais. Berivaldo, inclusive, recorre aos detalhes escondidos em sua memória. Ele conta que o pai de Thallyson se dirigiu ao CT Gustavo Paiva e perguntou se poderia levar o filho para um teste. Pedido aceito, não demorou para o garoto de Campo Alegre convencer Manoel Filho, treinador do sub-17, que disse ao fim da primeira atividade: “Ele está aprovado”.

– Quando o Thallyson chegou no clube era meia-esquerda. O treinador começou a gostar dele nessa posição, mas depois passamos umas três partidas em que o nosso lateral-esquerdo foi expulso e o técnico não tinha outra alternativa. Foi aí que ele [Filho] o colocou como lateral-esquerdo. Desde então, passou a jogar nas duas posições – declarou Berivaldo.

O início no Azulão não foi fácil. O garoto do interior precisou enfrentar a saudade da terra natal e os burburinhos sobre a sua deficiência nos dedos da mão esquerda, que lhe rendeu o apelido “Mãozinha”. Em outros momentos, faltava comida na concentração, e Thallyson acionava seu pai, o provedor da alimentação.

– Quando ele chegou com o pai dele, o seu Nildo, ao meu encontro, o pessoal chamava o Thallyson de “Mãozinha”. Então, o nosso vice-presidente amador, Zequinha, reuniu o grupo e disse que, a partir daquele momento, quem o chamasse assim seria multado no clube.

Como já teve experiência na base do futebol alagoano, Berivaldo expõe a dificuldade em lançar muitos garotos de uma só vez , e os jovens acabam sendo mal avaliados ou lançados sob pressão da torcida. Ele diz acreditar ainda que Thallyson não deixou o CSA com mágoas.

– Não, ele disse que foram os primeiros passos no São Domingos e depois no CSA. Qualquer época que tiver de voltar a jogar no CSA e o clube fizer o convite, ele voltaria.

No CSA, Thallyson foi vice-campeão do Campeonato Alagoano Sub-17 em 2008 e, no ano seguinte, campeão do sub-18, que deu o direito ao Azulão de disputar a Copa São Paulo 2010. No ASA, já entre os profissionais, ele participou da final do Nordestão 2013 e também disputou a Série B.

Berivaldo tem a esperança de que o lateral deslanche no Flamengo e possa chegar ao futebol europeu.

– Acredito que quando ele estiver bem irá fazer uma escolinha, porque toda vida ele falou de ajudar o pessoal da região dele. Acho que ele vai realizar aquele sonho – finalizou.

 

 

Globo Esporte

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