Entre as vítimas do atentado quatro eram cartunistas famosos na França
O trio de terroristas que invadiu o semanário Charlie Hebdo matou alguns dos mais proeminentes e provocativos cartunistas da história recente da França. Para quem gosta de quadrinhos, a importância deles na cultura francesa equivale à de Angeli, Laerte e Glauco [morto em 2010], fundadores da mítica revista “Chiclete com Banana” nos anos 1980.
Entre as doze vítimas já confirmadas do atentado de Paris, quatro eram os cérebros e as mãos da Charlie Hebdo: o diretor de redação Stéphane Charbonnier, o Charb, Jean Cabut, o Cabu, Georges Wolinski e Bernard Verlhac, o Tignous. A sede da publicação era protegida por dois policiais, que foram mortos pelos terroristas hoje, desde que passou a receber ameaças por ter publicado charges do profeta Maomé, consideradas ofensivas ao Islã.
O crime foi cometido no momento em que os cartunistas estavam na redação para a reunião semanal de pauta. Um dos terroristas teria gritado: “Nós vingamos o profeta, nós matamos Charlie Hebdo”.
O atentado terrorista, o pior registrado na França nos últimos cinquenta anos, provocou ondas de choque e consternação.
O fato de terem atacado uma redação foi considerado um ataque à própria liberdade de expressão do país, segundo reconheceu o presidente François Hollande, logo após deixar a sede da publicação hoje de manhã.
“Ouvimos dizer que os terroristas gritaram Allah Akbar [Deus é Grande] enquanto davam os tiros. Qualquer que seja a razão que tenham tido isso é uma coisa intolerável”, disse a francesa Isabelle Carrere, enquanto segurava uma cópia da revista em quadrinhos perto do cordão de isolamento montado pela polícia na rua que sedia a redação.
O nível do alerta contra terrorismo foi elevado ao nível máximo. Pontos turísticos como a Torre Eiffel, a catedral de Notre Dame e a avenida Champs-Élysées – que costuma receber grande parte dos 600 mil turistas brasileiros que visitam Paris anualmente – receberam reforço no policiamento.
Os três terroristas responsáveis pelo massacre ainda não foram encontrados pela polícia.
Terra