Consórcio ainda é alternativa usada para compras parceladas
O consórcio percorreu um longo caminho desde que surgiu no Brasil no início dos anos 1960. O sistema de compras consiste na compra parcelada e antecipada de um determinado bem em conjunto com outras pessoas e começou quando um grupo de funcionários do Banco do Brasil quis fazer uma aquisição de veículos. De lá para cá, o consórcio evoluiu e hoje é possível comprar também imóveis e serviços. De acordo com a Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac), até novembro de 2014 eram cerca de 6,11 milhões de pessoas participando de consórcios.
A principal vantagem do consórcio em relação ao financiamento comum é a ausência de juros. “O que o consumidor precisa pagar é o custo da empresa que administra o consórcio, fora as próprias parcelas do bem ou serviço”, afirma Antônio Pessoa, coordenador de economia da Faculdade dos Guararapes. Por exigir paciência, o consórcio é mais indicado para pessoas que não têm pressa em adquirir o bem ou serviço. “É mais para pessoas que pensam a longo prazo, que podem esperar acontecer”, afirma Pessoa.
Diferente do que muitos pensam, não é preciso esperar todas as parcelas serem pagas para adquirir o bem. “Todos os meses é realizado um sorteio e quem ganhar recebe o produto enquanto paga as parcelas restantes.” Outra possibilidade de contemplação é o lance mensal, no qual os consorciados acrescentam uma quantia fora a parcela do mês. Quem der o maior lance tem o direito de levar o produto para casa e o valor é abatido no restante das parcelas.
A empresária Cristina Barbosa é uma participante habitual de consórcios, tendo participado de vários ao longo de 20 anos. Ela conta que todos os carros dela foram comprados por consórcio. “Escolhi em primeiro lugar por causa da tarifa, que varia pouco e é um custo mais baixo que fazer financiamento”, conta. Ao adquirir um carro, ela espera passar dois anos e aí entra em outro consórcio para trocar de veículo. Para Cristina, o sistema funciona bem pois “é uma maneira de controlar o dinheiro, já dando um destino a ele”. Agora, Cristina estuda comprar um imóvel via consórcio.
Para dar mais segurança a quem pensa em fazer consórcios, em 2009 entrou em vigor a lei nº 11.795/08. “Antes não havia lei, apenas uma normativa”, explica Edna Honorato, diretora do Consórcio Luiza. “A normativa era mutável, mas a lei não é.” De acordo com ela, a aprovação da lei foi bastante benéfica para o segmento, pois conferiu mais credibilidade e possibilitou a expansão. “Foi a partir desta lei que começaram a surgir mais consórcios fora bens mercantis.” E para o ano que acabou de começar, as expectativas são positivas: de acordo com a Abac, em 2015 o setor deve continuar crescendo.
Diário de Pernambuco