Calor pode causar desidratação e doenças de pele; veja como se prevenir

17A estação mais quente do ano já começou e pede cuidados redobrados na saúde, seja pela exposição ao calor excessivo, seja pelo perigo maior de desidratação e de queimaduras na pele por causa do sol forte, além de outros problemas como micoses e má digestão. Pensando nisso, a reportagem reuniu algumas dicas para encarar o verão com saúde.

Com os dias mais ensolarados, é normal que mais pessoas queiram estar na rua, nas praias, praticando esportes ao ar livre, sem se darem conta de tais perigos. Para evitá-los, o primeiro passo é não ficar exposto de sol das 10h às 16h, principalmente se quiser fazer alguma atividade esportiva. Isso porque aumenta a chance de desidratação pelo suor excessivo.

“Ter a opção de escolher um horário no qual a temperatura esteja mais baixa é melhor. Quando estamos expostos ao calor excessivo, temos que pensar em como vamos repor o líquido perdido, para evitar a desidratação. Pensar se no caminho terá acesso a água ou se tem que levar de casa. Tem que montar uma estratégia”, explica o fisiologista do esporte, Diego Leite de Barros, do Hospital do Coração.

Hidratação
A hidratação de idosos e crianças deve ser reforçada nesta época. Isso porque a criança tende a não pedir por água e os idosos podem não notar que estão desidratados. Dois litros de água por dia podem ser suficientes, mas não é a regra.

“O mais importante é tomar água de forma fracionada ao longo do dia, para ir se hidratando. Quando se sente sede, já é sinal de que o corpo está um pouco desidratado. O ideal é tomar antes de sentir sede”, diz Barros.

Para quem não puder evitar os horários mais quentes, o fisiologista indica o uso de roupas leves, claras e feitas com tecidos que sequem a transpiração mais facilmente, como a poliamida.

Para os esportistas em geral, vale investir também em bebidas isotônicas depois dos treinos, capazes de repor os líquidos e sais minerais perdidos pelo esforço.

“Se a atividade se prolonga por mais de 45 minutos, é necessária a reposição de líquidos e sais minerais. Um exemplo de bebida isotônica é a água de coco”, explica. “Qualquer esforço nessa época é um pouco mais traumático. Em dias muito quentes, vai causar a sensação de um esforço maior. Tem que respeitar essas características e os limites do corpo”.

Micoses, brotoejas e queimaduras
É no verão que aumenta também a incidência de doenças de pele, as conhecidas brotoejas, micoses e o incômodo bicho geográfico (larva migrans).

Para evitar os carocinhos causados pela brotoeja, a dermatologista Luciana Velloso, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis, no Rio de Janeiro, indica manter-se em locais arejados e usar roupas leves, principalmente nos dias muito quentes. Já a micose, causada por fungos, crescem em locais úmidos e abafados, por isso é melhor manter-se seco o máximo de tempo possível.

“É importante manter as dobras corporais, como virilha, axila e espaço entre os dedos bem secas para evitar as micoses”, diz Velloso.

O contato com a larva migrans acontece principalmente em contato com areia contaminada. Deve-se, portanto, evitar tocar em areia que possa estar contaminada com fezes de cachorros em praias ou parquinhos.

Filtro solar
O próprio bronzeado pode deixar a pele mais sensível, especialmente se ele evoluiu para uma queimadura – aquele vermelhidão que arde, coça e descasca. Para evitar que se chegue a esse ponto, a dermatologista indica o uso contínuo de filtro solar.

“Quando estivermos expostos diretamente ao sol, como em praia e piscina, o ideal seria reaplicar o filtro de duas em duas horas. Os filtros com FPS acima de 30 são os mais indicados”, afirma.

Alimentação
Manter uma alimentação rica em legumes e verduras e com carnes magras e saladas, excluindo alimentos gordurosos e guloseimas em geral são as dicas para encarar o calor sem passar mal. Isso porque esses alimentos são de fácil digestão e contém líquidos, que ajudam na hidratação, explica a nutricionista Emanuelle Esteves, consultora da FitBox.

“Uma boa dica é consumir saladas mistas de legumes e verduras cruas ou cozidas no vapor, temperadas com molhos simples à base de limão, azeite extravirgem ou iogurte natural, podendo acrescentar frutas e castanhas”, afirma Esteves.

A nutricionista sugere o consumo de frutas in natura, em forma de sucos acrescidos de verduras (cenoura, beterraba, couve e hortelã são opções) e em forma de vitamina feita com leite desnatado ou de soja, e até mais do que dois litros de água por dia se perceber que a perda de líquidos está sendo muito maior do que a normal.

“Todos estes alimentos são leves e de fácil digestão. São excelentes fontes de minerais, vitaminas e fibras que irão ajudar no aumento da imunidade, saciedade e melhora da função intestinal. São fáceis de preparar e não deterioram com facilidade nas altas temperaturas do verão, conferindo menor risco de intoxicação alimentar”, afirma.

UOL Saúde

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