Peças de couro de artesãs alagoanas podem compor coleção francesa
Depois de tornar o artesanato alagoano conhecido mundialmente, com a encomenda de cem bolsas de fibra de taboa oriundas do município de Feliz Deserto, o empresário francês Julien Grandiére volta a Alagoas para selecionar outras peças do Estado. Desta vez, o trabalho das sertanejas de Batalha será avaliado ao longo da semana, para integrar a nova coleção da empresa Muuñ Paris, com a produção de alças de couro para bolsas.
Inicialmente, as peças precisam estar inseridas dentro do padrão exigido pela empresa, que incluem, dentre outros critérios, o acabamento e a qualidade do material. Uma vez escolhidas, elas serão levadas para França, onde passarão por um novo processo de aprovação, podendo ser também vendidas nas feiras brasileiras promovidas no país. A intenção é visitar outros municípios alagoanos, com a inclusão de novos materiais.
“A iniciativa tem garantido maior autonomia de mercado e inserção produtiva do artesanato local, na medida em que desperta a curiosidade e o reconhecimento de outros países, além de gerar novos espaços de negócios aos profissionais”, destacou a secretária de estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Poliana Santana.
Para a diretora de Design e Artesanato da Seplande, Dyslene Teles, os resultados refletem a qualidade do artesanato produzido em Alagoas. “Nós temos avançado muito no que diz respeito à inserção da produção alagoana em outras regiões. Participar de seleções como essa, em que os artesãos precisam seguir determinados padrões, acaba valorizando sua produção, já que passam a ter qualidade ao nível europeu”, avalia.
Articulação
No inicio de 2014, o trabalho conjunto da Secretaria do Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) e das artesãs alagoanas despertou a curiosidade do empresário francês Julien Grandiére. Desde então, o sócio proprietário da empresa Muuñ Paris decidiu vir até Alagoas para ver de perto o processo de confecção de algumas regiões do Estado.
Durante o mês de janeiro, o francês visitou alguns municípios como Água Branca, Coruripe, São Miguel dos Milagres e Feliz Deserto, onde conversou com profissionais e observou a capacidade de produção de cada associação. De imediato, o empresário encontrou na região as características necessárias para os seus produtos, semelhantes às peças artesanais já adquiridas em Nyariga, uma pequena vila em Gana, na África.
Agência Alagoas