Regina Casé rebate acusações de mãe do DG e diz que ficou perplexa
Depois de alguns dias em silêncio, Regina Casé usou as redes sociais nesta quarta-feira (26) para se pronunciar sobre as acusações de Maria de Fátima Silva, mãe de Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como o dançarino DG, morto em abril deste ano durante ação da polícia militar na comunidade do Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro. “Pensei muito se deveria voltar a esse assunto ou não. Mas é que nos últimos dias fiquei triste e perplexa acompanhando a repercussão gerada pelas palavras e acusações, muitas delas cruéis e injustas”, escreveu.
Na quinta-feira (20), Maria de Fátima deu um depoimento criticando a postura da apresentadora em relação ao assassinato de seu filho, além de dizer que tem provas de que ela nunca quis fazer um programa para “pobre e periferia”. “A senhora Regina Casé e a produtora do programa Esquenta! limitaram o que eu devia falar. Eu só ‘deveria responder o que me perguntassem’ (…). Quando eu tentava falar sobre a violência da polícia, era cortada. Regina é uma farsa, uma artista, uma mentirosa.”
Em um texto publicado no seu Facebook e Instagram, Regina Casé explica que decidiu quebrar o silêncio porque sempre lutou contra a “transparência e verdade”, então sentiu necessidade de dar satisfação sobre o caso. Leia o texto na íntegra.
“Pensei muito se deveria voltar a esse assunto ou não. Mas é que nos últimos dias fiquei triste e perplexa acompanhando a repercussão gerada pelas palavras e acusações, muitas delas cruéis e injustas, de Dona Maria de Fátima, mãe do DG.
No caso da morte do DG, fizemos tudo o que achávamos correto e digno. Quando fizemos um programa de despedida, foi de coração, recebemos todos os convidados desse dia com o mesmo cuidado de sempre. Talvez a única diferença tenha sido que a gente deu ainda mais atenção para Dona Maria de Fátima e sua família. Estávamos unidos no mesmo sentimento, pois a dor dela é a dor de muitas mães que convivem com a violência.
A minha história sempre foi de luta contra o preconceito, a desigualdade e as injustiças sociais, mas ela sempre foi também de respeito à transparência e à verdade. Por isso precisava dar essa satisfação a tanta gente (fãs, amigos e familiares) que tem estado ao meu lado o tempo todo.
Obrigada por todo carinho. Este apoio tem me incentivado muito. Não vamos desanimar, mesmo quando for preciso lidar com situações tão difíceis como esta.”
Entenda o caso
Maria de Fátima participou da Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça (SERNEGRA), evento promovido pelo Grupo de Estudos Culturais em Gênero, Raça e Classe do Instituto Federal de Brasília (IFB) em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Questionada pela plateia sobre a maneira com que a imprensa tratou o caso de seu filho, criticou publicamente, a apresentadora global – que, dias depois do assassinato, organizou um programa de homenagem a DG.
De acordo com Maria de Fátima, ela e toda a família foram levados de van, às 5h30, até o Projac. Ao chegar ao local, todos foram trancados em um cômodo pequeno com “uma comida horrorosa” (chamada por ela de “feno”) e avisados que só poderiam sair dali no horário do programa. “Praticamente me arrancaram da minha casa e me levaram para a TV. A senhora Regina Casé e a produtora do programa Esquenta! limitaram o que eu devia falar. Eu só ‘deveria responder o que me perguntassem’ (…). Quando eu tentava falar sobre a violência da polícia, era cortada. Regina é uma farsa, uma artista, uma mentirosa.”
A única coisa que a ofereceram, ainda segundo seu depoimento, foi o auxílio de uma profissional para pintar as unhas e arrumar os cabelos. “Eu estava há 80 horas sem dormir. Lá ia querer saber de unha e cabelo? Só queria esclarecer a morte do meu filho”, disse.
Em seguida, contou que teve acesso a uma agenda da produção do programa em que encontrou um esboço do roteiro da gravação. “Não pode falar que foi a polícia” e “Solta fotos sensacionalistas para a mãe chorar” eram alguns dos tópicos escritos. Além disso, Regina teria escrito em outra página que “nunca foi sua vontade fazer programa para pobre e periferia”. “Já está nas redes sociais do meu filho. Tenho cópias. Posso provar na cara daquela cretina”, afirmou, alegando que, depois do programa, nunca mais teve contato com a apresentadora.
Fonte: Terra