Brasil ainda tem tarifa celular mais cara do mundo

Sem títuloA União Internacional das Telecomunicações divulgou nesta segunda, 24/11, seu relatório anual Medindo a Sociedade da Informação e como já era esperado pelas próprias operadoras, a entidade ainda considera que o Brasil tem a cesta de serviços de telefonia móvel mais cara do mundo. Em outubro, antecipando-se ao levantamento da UIT, o SindiTelebrasil divulgou estudo próprio contestando a metodologia aplicada.

Segundo a UIT, essa cesta custa US$ 48,32, ou cerca de R$ 120. Para chegar a esse valor, a entidade considera tarifas de planos pré-pagos, 30 ligações e 100 mensagens de texto por mês. No custo das chamadas são computadas aquelas feitas dentro da rede, para outras empresas e também para telefones fixos.

O valor é bem acima da média calculada pela UIT, de US$ 16,9 ou R$ 42. Por outro lado, a entidade ressalta que quando considerado o valor diante da renda per capita, a posição brasileira melhora – fica em 119 entre 166 países, do mais barato ao mais caro. Pagar o celular consome menos de 5% da renda domiciliar.

Antevendo esse resultado, as operadoras divulgaram há cerca de dois meses seu próprio estudo. Para as teles, o resultado da UIT “não representa a realidade”, pois “celular no Brasil é barato”. A diferença seria que a UIT usa as tarifas cheias, não promocionais. Ou, em resumo, que os preços praticados não são os anunciados.

Nos serviços fixos, o retrato é um pouco mais favorável. Entre os 166 países analisados, o preço do telefone fixo seria o 25º mais caro – com a cesta de serviços em US$ 24,43, ou R$ 60. O valor médio encontrado é US$ 13,9 ou R$ 34. Já na banda larga fixa, a cesta de US$ 13,82, ou R$ 34, deixaria o Brasil em 81º lugar. O preço médio ficou em US$ 31,9, ou R$ 79.

SindiTelebrasil x UIT

“Apesar daquilo que a UIT divulga estar correto, não representa a realidade”, disse à época, o diretor-executivo do sindicato nacional das operadoras, o Sinditelebrasil, Eduardo Levy. “A UIT diz que o preço médio do celular no Brasil é US$ 0,74 por minuto, ou R$ 1,50. Mas conforme indica a própria Anatel, o que efetivamente é pago é US$ 0,07, ou R$ 0,15 por minuto”, sustenta.

A discrepância, explica, está no fato de a UIT utilizar os valores homologados pelos reguladores nos diferentes países. No Brasil, estes são artificialmente inflados. “É como os preços que os hotéis apresentam no balcão, quatro ou cinvo vezes maiores que o valor a ser pago por alguém que fez uma reserva com antecedência”, diz Eduardo Levy.

Assim, por questões “históricas”, ele diz que as empresas “não querem divulgar [preços reais] para concorrentes”, ou mesmo a “memoria de planos econômicos”. Como resultado, uma operadora “homologa alto porque, se precisar, pode subir sem autorização”. Assistam as argumentações do diretor executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy.

 

Fonte: UOL

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