Profissionais negros sofrem com exclusão em unidades hospitalares
O negro é parte integrante da constituição como sociedade e etnia do nosso país. Ao longo dos anos, a presença no mercado de trabalho em diversas vertentes tem se tornado mais ativa, porém em alguns setores, como o da saúde, os negros continuam sendo esquecidos.
Em todo o país, há casos em que profissionais negros, sejam nos setores técnicos ou de nível superior, acabam sendo minoria nas unidades de saúde. No mercado de trabalho em geral, os brancos ainda continuam recebendo melhores salários que os negros. Segundo dados do Censo do IBGE de 2010 as pessoas que se consideram brancas no Brasil ganham o dobro que as pessoas que se declararam negras. O mesmo acontece no acesso ao ensino superior, que continua sendo dominado por estudantes brancos.
Em Alagoas, que possui um histórico de lutas e hoje é reconhecido como um dos maiores focos de resistência negra do país, a situação não é diferente dos demais Estados.
Apesar de as escolas técnicas alagoanas apresentarem um alto número de negros e pardos em suas salas de aula, as estatísticas que mostram a atuação desses profissionais no mercado de trabalho não existem. Em um levantamento feito pelo Sateal, o governo do Estado não sabe quantos são os técnicos e auxiliares de enfermagem negros atuando no mercado alagoano.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, defendeu a necessidade de se abrir mais espaço dentro de hospitais e unidades de saúde para profissionais negros.
“Particularmente, nós que somos da área da saúde nos questionamos onde estão os profissionais auxiliares e técnicos de saúde negros. Geralmente eles são discriminados e acabam ficando em setores isolados, sem contato com pacientes. Mas por que isso acontece? Creio que eles são tão capazes de desempenhar suas funções quanto qualquer outro profissional. Essa discriminação precisa acabar”, frisou.
O calendário também mostra a deficiência de datas comemorativas dos negros no país. O mais lembrado é o 20 e novembro, dia da Consciência Negra. Recentemente, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei n 12.987/2014, que institui o dia 25 de julho como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
O projeto foi de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que destacou em sua página a importância de o Brasil possuir uma data em que fosse comemorado o dia da mulher negra. Tereza de Benguela, que dá nome à data, liderou o Quilombo do Piolho, que fica em Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso.
Fonte: Ascom/SATEAL