Com CRB, Alagoas luta para chegar pela sexta vez a uma decisão nacional

1Três times alagoanos chegaram a decisões nacionais na história do futebol brasileiro. O CSA, o ASA e o CRB ficaram muito perto da conquista, mas perderam a taça. Nas semifinais da Série C, o Galo tem neste ano a chance de levantar o troféu mais importante do estado. Os jogadores reiteraram o compromisso e a diretoria promete até pegar um “bicho gordo, no valor de R$ 200 mil, pelo feito. Antes de decidir, no entanto, o time regatiano precisa passar pelo mata-mata contra o Macaé.

Na ordem decrescente, o CRB foi o último alagoano a ter a chance de levantar o troféu da Terceirona. Em 2011, fez bela campanha, conquistou o acesso e disputou duas partidas finais contra o Joinville, sendo derrotado por 3 a 1 em Maceió, dia 26/11, e 4 a 0 em Joinville, em 3/12. O Galo na última partida atuou com: Anderson; Pio, Ednei, Rodrigão e Rafinha; Roberto Loes, Marco Antônio, André (Paraíba) e Ewerton Maradona (David); Aloísio Chulapa (Cadu) e Geovane. O técnico era Paulo Comelli.

O atacante Aloísio Chulapa foi um dos destaques da campanha e lembra que o adversário na decisão era forte e estava melhor preparado.

– Perdemos o jogo em casa e ficou muito difícil reverter lá. Apesar da torcida ter feito a parte dela, o Joinville estava com uma base montada há mais tempo e também venceu quando mandou o jogo. Mas considero que o importante era o acesso, o título seria uma consequência – opinou Chulapa.

Vica destaca qualidade da base do ASA em 2008

Em 2008, foi a vez do ASA lutar pelo título. Comandado pelo técnico Vica, o Alvinegro conquistou na Terceirona a esperada vaga na Série B e encarou na decisão o América-MG. O time alagoano foi derrotado nas finais em casa, por 3 a 1, dia 13/09, e em Belo Horizonte, por 1 a 0, 19/09. A equipe do Alvinegro no último jogo atuou com:Tuti; Ricardinho (Flávio), Henrique, Leandro e Renatinho (Fábio Lopes); Edson, Didira, Jota e Rodriguinho; Júnior Viçosa (Thiago) e Nena.

Técnico do ASA na campanha vitoriosa, Vica disse que foi fundamental montar um time com valores da casa e atletas experientes.

– Fizemos isso e tivemos muito sucesso. A base do ano do acesso ficou e trabalhei com atletas daquele tempo agora, quando voltei ao clube. O Didira, por exemplo, é um jogador diferenciado, que está até melhor hoje, pois teve a experiência da passagem pelo Atlético-MG. O Viçosa saiu daquele time, foi para o Grêmio, fez gols em Gre-Nais. A base de Alagoas é muito boa – opinou o técnico.

Azulão bateu na trave na Taça de Prata por três vezes

Antes de 2008, a viagem no tempo foi maior para chegar ao vice-campeonato da Taça de Prata do CSA. A competição tinha na época o peso da atual Série B, e o Azulão bateu na trave pela terceira vez em 1983.

O CSA encarou na decisão o Juventus-SP. Em Maceió, venceu por 3 a 1, em 24/04, e perdeu em São Paulo por 3 a 0, dia 1/05. O terceiro jogo foi disputado também em São Paulo, e o Azulão perdeu por 1 a 0, em 4/05. Na última partida, o CSA foi montado pelo técnico China com: Adeíldo; Humberto, Café, Dequinha e Cícero (Veiga); Ademir, Jorginho e Rommel (Josenílton); Américo, Josinelton e Jacozinho.

Armador do time de 83, Rommel afirma que a arbitragem atrapalhou o CSA.

– Naquela época, a mídia não divulgava como hoje divulga a Série B, que equivale à Taça de Prata. Como não tinha essa mídia envolvida, coisas extracampo prejudicavam muito, e prejudicou o Centro Sportivo Alagoano nesses jogos de volta. Acho que o juiz atrapalhou um pouco, puxou um pouco para os times do Sudeste e Sul. Isso fez com que o CSA não conseguisse o título. Fomos muito prejudicados pela arbitragem, não existia aquele acompanhamento como tem hoje na Série B.

Em 1982, o CSA também chegou perto da Taça de Prata. Se destacou na fase de classificação e disputou as finais contra o Campo Grande-RJ, vencendo em Maceió por 4 a 3, dia 11/04, mas perdendo os jogos seguintes, no Rio, por 2 a 1 e 3 a 0.

Um dos destaques do Azulão naquele ano, Jacozinho conta que os jogadores caíram de produção fora de casa por medo de apanhar dos torcedores.

– Contra o Campo Grande, no Rio, a gente jogava pelo empate. O CSA fez 1 a 0, aí os caras (torcida) vieram para o alambrado, maior confusão, gritando que íamos morrer. Aí abalou o sistema nervoso de todo mundo. Eles empataram, aí no final do jogo o cara fez um gol que nunca mais na vida ele faz outro desse. Eu pensei que ia morrer, os caras queriam invadir o gramado – lembrou Jacó.

A equipe do último jogo foi formada pelo técnico Jorge Vasconcelos com:Joseli; Flávio, Jerônimo, Fernando e Zezinho; Ademir, Zé Carlos (Josenílton), Veiga; Américo (Freitas), Dentinho e Mug.

A primeira vez que um time alagoano decidiu um campeonato nacional foi em 1980. O CSA fez ótima campanha, vencendo nove jogos, perdendo três e empatando três. Na decisão, empatou em casa por 1 a 1 com o Londrina, dia 11/05, mas perdeu fora por 4 a 0, em 18/05. O técnico Laerte Dória escalou o Azulão, com: Zé Luís, Joca, Paulinho Dick e Luizinho (Zé Roberto); Ronaldo Alves, Alberto Carioca e Alberto Leguelé; Jorginho, Peu e Gilmar (Rogério).

Historiador e jornalista, Lauthenay Perdigão exaltou a qualidade do time do CSA em 1980.

– Era um time muito bom. O interessante é que os torcedores não pensavam que a Taça de Prata era uma segunda divisão. A gente ficava empolgado porque nos anos 80 o estádio enchia, as torcidas iam ao Rei Pelé sem violência, não havia problema. Pena que na final contra o Londrina o segundo jogo foi fora de casa. O CSA jogou muito bem aqui em Maceió, empatou por 1 a 1. Mas infelizmente perdeu lá fora.

 

Fonte: Globoesporte

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