Entenda: Renan Calheiros diz que Senado derrubará decreto de Dilma

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Cortesia: Jornal de Alagoas

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), demonstrou estar em sintonia com o PMDB na Câmara e afirmou, nesta quarta-feira (29), que os senadores também derrubarão o Decreto Presidencial 8.243/2014, que cria a Política Nacional de Participação Social e regulamenta os chamados conselhos populares. Ontem (terça, 28), a proposição foi rejeitada por meio de projeto de decreto de legislativo apresentado pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE), em sessão plenária conduzida pelo presidente da Câmara, o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN).

A derrubada do decreto foi orquestrada por Henrique Alves em conjunto com a oposição, além de boa parte dos aliados. Segundo Renan, já havia um clima de “insatisfação” também entre os senadores, em razão da polêmica que o assunto causou ao ganhar o noticiário. “Ela [a matéria] ser derrubada na Câmara não surpreendeu, da mesma forma que não surpreenderá se for – e será – derrubada no Senado”, declarou o senador.

Renan rebateu o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), para quem a rejeição do decreto na Câmara foi uma imposição “conservadora” com o objetivo de imprimir a “primeira derrota” à presidenta Dilma Rousseff depois de sua reeleição. “Mais uma vez, o ministro não está sabendo nem o que está falando”, disse. Mas o senador do PMDB negou que a postura dos deputados signifique uma retaliação ao tratamento que o Palácio do Planalto supostamente dispensou à base aliada.

“Esta dificuldade já estava posta desde antes das eleições, e apenas se repete. Essa história da criação dos conselhos é uma coisa conflituosa, não prospera consensualmente no Parlamento”, acrescentou Renan. Ele disse ainda que consultará os líderes de bancada no Senado para definir data de apreciação plenária da matéria, para a qual o PSDB já solicitou urgência de votação.

Divergência explícita

O decreto presidencial tem causado controvérsia desde junho. O próprio presidente da Câmara já havia se manifestado em plenário contra o decreto, sob a argumentação de que suas diretrizes incorporam prerrogativas que são do Parlamento. Henrique Alves classificou como “histórica” a sessão que derrubou o decreto, comemorando a “manifestação de altivez e democracia desta Casa”.

Apenas PT, PCdoB, Psol e parte do Pros se mantiveram ao lado do governo durantes a sessão de ontem. Para impedir a votação, recorreram à apresentação de requerimentos, mas foram derrotados pela união de todos os demais à oposição. Cerca de duas horas e meia de discussão foram necessárias para superar a obstrução anunciada pelos partidos. Por fim, o decreto presidencial foi rejeitado em votação simbólica, quando é dispensada a contagem nominal de votos.

 

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