Pezão é reeleito e PMDB emplaca terceiro mandato à frente do governo do RJ
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), 59, foi reeleito para mais um mandato à frente do Executivo fluminense. Este será o terceiro mandato seguido de um político do PMDB no governo do Estado.
Ele derrotou o senador Marcelo Crivella (PRB), que havia superado o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR) no primeiro turno com pouco mais de 42 mil votos.
O ex-prefeito de Piraí, cidade no sul do Estado, vai governar uma população estimada em 16,4 milhões de pessoas distribuídas entre 92 municípios, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em entrevista após a confirmação da reeleição, Pezão dedidicou a vitória ao seu antecessor, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que deixou o cargo em abril deste ano, no seu segundo mandato.
“Eu quero agradecer muito ao ex-governador Sérgio Cabral, uma pessoa que na sua entrevista no primeiro dia após a reeleição, me lançou como candidato. Nos momentos mais difíceis, quando nós tínhamos 4%, 5% (das intenções de voto) nas pesquissas, as pessoas duvidavam e o Sérgio sempre esteve ali firme. Eu dedico essa vitória a ele”, declarou Pezão.
Desde o início da campanha, o governador eleito apresentou trajetória ascendente nas pesquisas. Pezão saiu do terceiro lugar, com 15% das intenções de votos, no primeiro levantamento do Ibope em 30 de julho, e chegou ao segundo turno com 40,57% dos votos e uma vantagem de aproximadamente 1,6 milhão sobre o segundo colocado.
No segundo turno, Pezão recebeu apoios de peso, como o do ex-jogador de futebol Romário (PSB) que venceu a disputa pelo Senado, e se aliou a nove de dez prefeitos do PT no Estado e a cinco dos seis deputados eleitos pela sigla. A presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em seu palaque, assim como no de seu adversário.
O tiroteio entre os concorrentes também ficou mais pesado. Crivella chegou a chamar Pezão de “Penóquio”, insinuando que o adversário mentia e, por isso, tinha o pé grande. No primeiro turno, a participação de Pezão nos mandatos anteriores foi bastante criticada.
Um dos escândalos relembrados foi o episódio em que Sérgio Cabral e parte de seu secretariado foram fotografados em confraternização com o alto escalão da construtora Delta durante uma viagem a Paris. O episódio foi minimizado por Pezão. “Era um momento de festa, alguns secretários se excederam. Acho que a gente tem que registrar também as conquistas que tivemos dentro do governo”, disse.
Pezão, por sua vez, atacou a ligação de seu adversário com a Igreja Universal do Reino de Deus. O peemedebista acusou Crivella de ser instrumento da igreja para tentar controlar o Estado -ele é bispo licenciado e sobrinho do líder da instituição, Edir Macedo. Para reforçar sua posição, ele exibiu um vídeo de 1995 que mostra Macedo ensinando os pastores a arrecadar contribuições dos fiéis.
Pezão, por sua vez, atacou a ligação de seu adversário com a Igreja Universal do Reino de Deus. O peemedebista acusou Crivella de ser instrumento da igreja para tentar controlar o Estado -ele é bispo licenciado e sobrinho do líder da instituição, Edir Macedo. Para reforçar sua posição, ele exibiu um vídeo de 1995 que mostra Macedo ensinando os pastores a arrecadar contribuições dos fiéis.
No primeiro turno. Pezão teve oito minutos e 57 segundos de tempo de propaganda graças a sua coligação composta por 18 partidos. Sua candidatura também teve números expressivos em gastos (R$ 13,6 milhões) e em arrecadação (R$ 13 milhões) segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para ser ter uma ideia, Crivella declarou gastos de R$ 1,5 milhão e arrecadação de R$ 787 mil.
Bandeira das UPPs
Na área da segurança pública, um dos temas mais explorados durante a campanha, Pezão defendeu a continuidade da política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e prometeu dobrar o número de unidades até 2018. Criado em 2008, o projeto soma 38 unidades no Estado.
As estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, de janeiro a junho deste ano, mais de 2.700 pessoas foram assassinadas no Estado. Foi o primeiro semestre mais violento desde 2009, em números absolutos.
A segurança pública é o tema que mais preocupa os internautas cariocas e fluminenses do UOL que participaram da ferramenta “Sua Avaliação” (avaliação contínua dos Estados). Uma pesquisa Datafolha publicada em agosto apontava que, para 70% dos moradores da capital fluminense, o projeto das UPPs deveria sofrer mudanças.
“Tocador de obras”
Natural de Piraí, Luiz Fernando de Souza é formado em economia e administração de empresas. Iniciou a carreira política em seu município de origem, onde foi duas vezes vereador e duas vezes prefeito.
No período como vice-governador, exerceu também o cargo de coordenador de Obras do Estado. Em sua apresentação para os eleitores, classificou-se como um “tocador de obras” e buscou reforçar a imagem de um político desenvolvimentista.
Redação com UOL