Neurologista alerta sobre os riscos de traumas de cabeça no futebol
O choque de cabeça entre o atacante Alecsandro, do Flamengo, e o zagueiro Cléber, do América-RN, durante o segundo jogo das quartas de final da Copa do Brasil, reabriu a discussão sobre os riscos que um forte impacto craniano pode causar em um jogador de futebol. Para falar sobre o assunto, o GloboEsporte.com entrou em contato com o neurologista alagoano Aldo Calaça, que explicou os perigos desse tipo de choque e também deu as orientações que devem ser seguidas caso seja constatado afundamento de crânio.
– O afundamento craniano é decorrente de um trauma com muita energia em um ponto do crânio. É um trauma de alto impacto em um local bifocal. E esse afundamento pode ser aberto ou fechado, na hora o médico já consegue ver se é aberto ou fechado. Caso ele seja aberto, é preciso fazer uma intervenção cirúrgica, não só no aberto, no fechado, dependendo da extensão, também se faz necessário procedimento cirúrgico.
O especialista alerta que nesses casos o atendimento imediato é imprescindível, e que, após o choque, o atleta deve ser levado para o hospital mais próximo. No caso de Alecsandro, ele foi atendido ainda em campo pelo médico do Flamengo, Augusto César Lima, e levado após a partida para um hospital na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde está internado e passa por cirurgia nesta quinta-feira.
– Após um choque dessa gravidade, que tenha sido constatada algum fratura craniana, o atleta precisa ser levado imediatamente para um hospital. E mesmo que não haja o afundamento, não tem alternativa, ele precisa ser hospitalizado, ficar sob observação médica, sobretudo se apresentar algum sintoma, como dor de cabeça, tontura, vômito, etc.
Calaça explica ainda que no caso de procedimento cirúrgico, o tempo de recuperação para esse tipo de operação é de no mínimo 30 dias e que a evolução clínica do jogador vai ser determinante.
– Em caso de afundamento isolado, o atleta apresentando uma boa evolução no pós-operatório, o tempo de recuperação pode ser de 35 dias. Claro que o atleta vai ter que passar por uma avaliação criteriosa para ser liberado de volta às atividades – concluiu.
Fonte: Globo Esporte