Dilma e Temer cobram engajamento do PMDB em Florianópolis

 dilmatemerscflorianopolis-4A candidata à reeleição pelo PT, Dilma Roussef, e seu vice, Michel Temer (PMDB), utilizaram um grande encontro promovido nesta sexta-feira em Florianópolis para cobrar “fidelidade e engajamento” de lideranças peemedebistas.

Pouco antes do discurso realizado para cerca de oito mil pessoas que lotaram o auditório do centro de convenções locais, Dilma e Temer participaram de uma reunião com prefeitos, vices e candidatos a deputado das últimas eleições. Michel Temer foi enfático ao cobrar o engajamento do partido na reta final de campanha, mas evitou citar o nome de lideranças que preferiram não entrar na campanha até então, como o senador Luiz Henrique da Silveira, que se recolheu no litoral norte e o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, que está descansando na Europa.

“Temos que ter a noção de que é o PMDB que está na campanha com a Dilma, após uma decisão ratificada pelo nosso diretório nacional”, disse. “Somos o maior partido do Brasil e temos que ir às ruas. Se fizermos isso, não tem como perder essa campanha”.

Além dos peemedebistas, várias lideranças do PC do B, PDT e PSD participaram do evento. O governador  reeleito no primeiro turno, Raimundo Colombo, foi um dos mais elogiados pela candidata petista. “A política nos aproximou de uma maneira que não aproximaria, pela diferença de nossas opções até aqui. Mas ganhei um apoio e passei a ter um carinho todo especial ao governador, por tudo o que ele fez e faz por Santa Catarina”, afirmou, além de despejar elogios ao prefeito de Florianópolis, César Souza Junior (PSD), e ao senador eleito, Dário Berger, do PMDB. Os dois foram adversários ferrenhos há dois anos, trocaram diversas acusações e recusaram até mesmo um aperto de mãos durante as eleições municipais, mas estavam lado a lado no palanque nesta sexta. “Tem certos atos que a gente não é capaz de esquecer”, disse Rousseff.

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A estratégia do PT catarinense em promover um grande evento tem o claro objetivo de tentar reverter o quadro no Estado ou, pelo menos, diminuir a diferença. Em Santa Catarina, Aécio Neves (PSDB) conquistou 52% contra 30% da adversária em sua maior vitória em termos percentuais em um Estado durante o primeiro turno.

Em seu pronunciamento, Rousseff voltou a atacar o adversário que, segundo ela, estaria querendo “eleger” um presidente do Banco Central “retrógrado”. “Ele apresentou uma candidatura de uma pessoa que entregou o Brasil em crise ao PT”, disse. “A diferença entre nós é que não varremos problemas de corrupção para debaixo do tapete”.

Questionado por não vincular sua imagem à Dilma Rousseff durante o primeiro turno, Raimundo Colombo fez, pela primeira vez, um discurso inflamado para pedir votos para a candidata do PT. “Tenho mais uma vez que falar sobre a gratidão que tenho com o atual governo. Nos auxiliaram nas catástrofes, na abertura do mercado japonês para nossa carne e em várias obras que geram emprego ao Estado”, disse. “Não é hora de descansar ou de ficar meditando, temos que ir para rua e pedir voto.”

Debate ríspido
Dilma Roussef voltou a falar nesta sexta-feira que Paulo Roberto Costa, antigo diretor da Petrobrás, nunca teria lhe inspirado confiança.

A petista negou fortemente as acusações de que teria convidado Costa para ocupar o ministério das Cidades durante seu governo. “Nunca o convidei porque ele nunca foi de minha confiança”, disse.

Ao final do evento, durante entrevista coletiva realizada ainda no centro de convenções, Dilma comentou a “intensidade” e as trocas de acusações do debate realizado na quinta-feira, no SBT. Ela afirmou categoricamente ter sido “induzida” a um embate mais ríspido com Aécio Neves.

“Eu fui levada a esse rumo, mas eu preferia fazer um debate propositivo”, afirmou. “Não posso e nunca me furto ao combate. Sou candidata e não posso fugir de discussões”.

Tanto na coletiva quando no discurso, Dilma carregou o discurso contra a gestão de Fernando Henrique Cardoso e ao PSDB ao acusar os tucanos de “quebrarem o País” por três vezes. “Hoje nós somos credores e quando assumimos éramos devedores. Está aí a diferença”, disse.

 

Fonte: Terra

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