Polícia diz que jovem confessou 39 mortes e crê em ação de serial killer

{71b30b02-359b-473f-a7fa-b387aa1e7a13}_montagem2O vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos confessou à polícia, em depoimento nesta quarta-feira (15), que matou 39 pessoas em Goiânia. Segundo o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, ele afirmou que, desses crimes, oito foram contra mulheres cujas mortes já estavam sendo investigadas há dois meses por uma força-tarefa.

Uma fonte interna da Polícia Civil confirmou ao G1 que dentre os oito homicídios, estão as mortes da dona de casa Lílian Sissi Mesquita e Silva, de 28 anos, em 3 de fevereiro, Janaína Nicácio de Souza, de 25 anos, e Bruna Gleycielle de Sousa Gonçalves, 26 anos, ambas mortas em 8 de maio, e Ana Lídia de Souza, 14 anos, assassinada em 2 de agosto.

Ao contrário do divulgado pela polícia no início das investigações, o delegado geral da Polícia Civil João Gorksi afirmou, nesta manhã, que se trata de um caso de assassino em série. “Eu acredito que é um serial killer. No começo ele matava aleatoriamente, no fim ele estabeleceu um padrão”, afirmou. De acordo com a polícia, dentre os demais crimes cometidos pelo homem estão mortes de moradores de rua e homossexuais. Os outros homicídios de mulheres não assumidos pelo homem continuarão sendo investigados.

A polícia afirma que há cerca de um mês as investigações já apontavam para o suspeito como autor dos crimes, mas ele só foi preso na terça-feira (14), na Avenida Castelo Branco, na capital. Com o suspeito foi apreendida uma motocicleta. Na residência dele também foi apreendido um revólver calibre 38. A polícia não informa a quantidade de material apreendido nem suas características. O homem está detido na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios.

No ano passado, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o suspeito por furtar uma placa de uma motocicleta no estacionamento de um supermercado de Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostram ele cometendo o crime (veja vídeo acima).Também no ano passado, ele foi preso em flagrante em uma motocicleta com placa roubada, mas foi solto. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial.

Segundo a Polícia Civil, o jovem foi identificado em imagens registradas por câmeras de segurança no último domingo (15), próximo à lanchonete em que uma mulher foi agredida por um motociclista. O caso foi incluído na força-tarefa. Segundo testemunhas, o motociclista de capacete vermelho atirou na jovem, mas a arma falhou. Então, ele deu um chute na boca dela.

Força-tarefa

A força-tarefa da Polícia Civil foi instaurada em 4 de agosto. A operação investiga 15 assassinatos de mulheres, a execução de um homem, a tentativa de homicídio contra uma jovem e uma agressão a outra, que ocorreu em frente a uma lanchonete no último domingo (12).

Participam do grupo 16 delegados, sendo os nove da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três que atuam em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles, 30 agentes e dez escrivães integram a equipe.

Segundo a polícia informou no início das investigações, os crimes tiveram dinâmica semelhante e, em todos eles os autores foram motociclistas. Porém, a corporação relatava que não acreditava na ação de um serial killer porque os veículos usados são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.

Suspeitos

Até agora, outros dois homens haviam sido detidos por suposto envolvimento nas mortes. Um deles, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante no mês de agosto na cidade de São Luís de Montes Belos, a 120 km da capital. Na casa de parentes do rapaz foi encontrada uma moto roubada desmanchada, que segundo a Polícia Militar, era semelhante a utilizada nos crimes contra as jovens.

Ele acabou condenado no último dia 22 de setembro por receptação. O homem foi sentenciado a dois anos e seis meses de prisão pelo crime, mas ainda não se comprovou a participação dele na execução das mulheres.

O outro suspeito é o entregador Leandro Cardoso de Oliveira, que cumpria pena em regime semiaberto e usava tornozeleira eletrônica. Em agosto, a Justiça decretou a prisão preventiva dele pelo suposto envolvimento na tentativa de homicídio de uma jovem de 18 anos, no Setor Jardim América. Dias depois, ele acabou liberado por falta de provas.

Série de assassinatos

O primeiro crime da série de assassinatos contra mulheres em Goiânia ocorreu em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por homens em uma motocicleta, no Setor Lorena Park. Na época, a polícia informou que eles roubaram o celular da vítima e fugiram.

Um dos casos mais recentes foi o de Ana Lídia Gomes, que foi morta em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova, no dia 2 de agosto. Um motociclista passou pelo local e disparou contra a garota, que não resistiu aos ferimentos.

Por causa da semelhança com outros 14 assassinatos de mulheres registrados na capital, a população começou a desconfiar de que um assassino em série estivesse agindo na cidade.

 

Fonte: Globo

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