Estímulo à amamentação é eficaz na redução da mortalidade infantil
Os benefícios para a mãe e para o bebê fazem do estímulo à amamentação uma comprovada política de nutrição e promoção da saúde. Para dar continuidade a essa ação, que apresenta eficácia na redução da mortalidade infantil desde 2011, um termo de cooperação técnica foi firmado entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o objetivo de ampliar a rede de Banco de Leite Humano (BLH) no Estado.
Desde 2011 até julho de 2014, os BLH de Alagoas coletaram cerca de sete mil litros de leite, beneficiando mais de 25 mil receptores. Segundo a coordenadora estadual do BLH, Rosângela Simões, é necessário estimular a meta/dia para que não falte leite para os bebês. Isso porque, os BLH do Hospital Universitário e da Maternidade Santa Mônica, por exemplo, coletam apenas um litro por dia cada um. Porém, a necessidade é de seis litros cada, o que provoca um déficit de cinco litros em cada BLH por dia.
“Precisamos conscientizar a mãe sobre a vantagem da doação para evitar esse déficit. Para isso, as mães precisam saber que quanto mais se ordenha o leite do seio, mais leite será produzido. A mãe ainda evita complicações como ingurgitamento mamário e mastite”, explicou Rosângela Simões. Ela falou que os benefícios para os bebês que recebem o leite é a garantia da proteção imunológica de um alimento rico em nutrientes e a consequente saída da UTI.
“Doar o leite é muito importante para a saúde do bebê”, disse a dona de casa Eduarda Ferreira, que mora em Piaçabuçu. “O meu bebê não toma o leite todo, então a enfermeira informou sobre a possibilidade de doação, que pode ajudar outras crianças”, disse ela, que teve o filho na maternidade do Hospital Universitário, em Maceió.
AVANÇOS
Alagoas vem se estruturando para se adequar ao Regulamento Técnico, que define o funcionamento dos Bancos de Leite Humano, segundo a RDC 171. Para isso, foram realizados cursos sobre segurança alimentar no manuseio do leite humano para as lactaristas dos BLH e postos de coleta, além da aquisição de equipamentos, como pasteurizador, bomba extratora de leite, freezer, acidímetro e cremômetro.
Por meio da Rede Cegonha, também foi aprovado pelo Ministério da Saúde o projeto de reforma do BLH do Hospital Universitário, com investimento de R$ 100 mil. Além das ações da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), que mobilizam os funcionários dos estabelecimentos de saúde para que mudem condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce.
Como fazer para doar
Existem cinco Bancos de Leite Humano disponíveis para doação em Alagoas. Para doar, as mães podem entrar em contato com o Hospital Universitário (82 -3322.3717), onde também está funcionando o BLH da Maternidade Santa Mônica, de Maceió. No interior, tem Banco de Leite no Hospital Regional de Arapiraca, na Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos e no Hospital Regional Santa Rita, e Maternidade Santa Olímpia, em Palmeira dos Índios.
A dona de casa Ana Maria Pereira doa, pela primeira vez, o leite materno. O beneficiado é o seu próprio bebê, que nasceu com apenas sete meses e se encontra na UTI Neonatal do Hospital Regional Santa Rita de Cássia, em Palmeira dos Índios. De acordo com a técnica de enfermagem Maria Núbia Barros, o Banco de Leite do município atende principalmente a demanda dos bebês da UTI.
“Seja pelo método manual ou pelo uso da bomba, a doação do leite materno beneficia os bebês de Palmeira dos Índios e dos municípios circunvizinhos que se encontram internados na UTI do hospital”, explicou a técnica de enfermagem. Ainda segundo ela, além das mães que estão com bebês na UTI, “o Banco de Leite precisa da ajuda de mães externas”, alertou.
Existem ainda três Postos de Coleta, sendo um em Maceió, na Casa Maternal Denilma Bulhões (Benedito Bentes) e no Hospital Nossa Senhora da Guia (Poço); e em União dos Palmares, no Hospital São Vicente de Paula.
Leite doado
O leite passa pelo processo de pasteurização e controle de qualidade, onde após aprovado será estocado em freezer (congelado) por até seis meses. Sua distribuição somente será feita após análises criteriosas e avaliação da necessidade de cada bebê.
Fonte: Agência Alagoas
