Um terço das pessoas acima dos 60 já ficou com nome sujo no último ano

8489_ext_arquivoDos brasileiros com mais de 60 anos, 32% afirmam ter ficado com o nome sujo pelo menos uma vez no último ano, mesmo que 74% digam ter melhorado o controle de suas finanças nos últimos anos.

É o que revela pesquisa encomendada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) divulgada nesta terça-feira (14).

A empresa, que mantém um sistema com informações referentes a dívidas, afirma que foram entrevistados 632 consumidores da terceira idade de todas as classes sociais para chegar ao resultado. A margem de erro é de 3,9 pontos percentuais.

O SPC estima que 4 milhões de idosos hoje estejam com registro em algum serviço de proteção ao crédito.

Os principais motivos para as dívidas, segundo os entrevistados, consiste em emprestar a amigos e parentes para financiar compras e pegar empréstimos (21%), mau planejamento financeiro (19%), problemas de saúde (11%), descontroles dos gastos (8%) e cobranças indevidas (6%).

Para a economista da SPC Brasil Marcela Kawauti, a situação não é boa.

— Os idosos não são conscientes (em relação ao controle das finanças), mas existe uma tendência de melhora. Poucos entrevistados, por exemplo, utilizam planilhas para cuidar dos gastos.

Do total de entrevistados, 38% afirmam controlar as suas finanças de algum modo, seja por anotações ou pelas planilhas eletrônicas. Já 40% dizem fazer tudo de cabeça e 14% não possuem essa preocupação.

Reservas

A pesquisa também apurou que entre os brasileiros com mais de 60 anos, 57% afirmam não possui nenhum dinheiro guardado ou investimento.

A porcentagem de ausência de reserva ou investimento é maior entre os entrevistados com baixa escolaridade (68%) e os pertencentes à classe D e E (77%).

Para Marcela, é importante para os idosos terem alguma forma de reserva ou de investimentos.

— É o momento em que a pessoa precisa ter uma boa poupança para lidar com imprevistos de saúde, arcar com despesas de remédios, completar os itens básicos do mês que não puderam ser comprados com a aposentadoria e, claro, aproveitar os prazeres dessa fase da vida.

Segundo o levantamento, 47% dos entrevistados afirmam que tem preocupação com futuro da família e deixam em segundo plano guardar dinheiro para ter uma reserva financeira.

Serviços

O estudo ainda mostra o nível de educação financeira dos entrevistados. Do total dos idosos, 41% dizem não saber como calcular juros de empréstimos. O percentual aumenta entre os homens (45%), os que têm escolaridade superior (67%) e os que estão nas classes A e B (55%).

Outro questionamento foi em relação ao uso do Internet Banking. Dos entrevistados, apenas 9% fazem transações bancárias e pagam contas pela web, como explica o educador José Vignoli do portal Meu Bolso Feliz.

— Este público é do tipo que gosta de ir pessoalmente ao banco, pagar as contas no balcão e conversar com o gerente.

Fonte: R7

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