De lanterna a candidato ao acesso: veja detalhes da campanha do CRB
Da lanterna à vice-liderança do Grupo A do Campeonato Brasileiro da Série C. Foi esse o árduo caminho percorrido pelo técnico Ademir Fonseca neste seu retorno ao CRB. Após herdar uma equipe com apenas um ponto em nove possíveis, Ademir arrumou a casa, encontrou o time ideal e está a dois jogos do acesso para a Série B. Relembre agora a trajetória do comandante na Terceirona e as principais mudanças no Regatas desde a sua chegada.
Pressionado após a perda do título do Campeonato Alagoano para o azarão Coruripe, seu antecessor, Eduardo Souza, iniciou mal a Série C. Mesmo emendando duas partidas como mandante, o Galo não foi bem contra Paysandu e Crac e somou apenas um ponto diante de seu torcedor.
Em um primeiro momento, o treinador ainda recebeu o respaldo da direção regatiana. Após a derrota para os goianos, sete jogadores, entre eles o ídolo Denílson, foram desligados e o comandante seguiu à frente do clube. Na rodada seguinte, porém, contra o Botafogo-PB, a esperada reação não veio e a derrota por 2 a 0 selou o destino de Souza.
Logo após anunciar a demissão do antigo técnico, os dirigentes do CRB confirmaram a volta de Ademir Fonseca. Assumindo uma equipe em último lugar no seu grupo, Ademir teria pela frente o pior adversário possível para um estreante: o líder Fortaleza fora de casa. Na tentativa de segurar o Leão, o treinador abriu mão do 4-4-2 e adotou um sistema mais conservador: o 3-6-1.
Contando com uma atuação inspirada de Júlio César, que começava a ser questionado por parte da torcida, a equipe conquistou um improvável ponto e o novo comandante teve uma semana mais tranquila para trabalhar. No jogo seguinte, contra o Treze, enfim, a primeira vitória: 3 a 0 no Estádio Nelson Peixoto Feijó.
Esta seria o primeiro de uma sequência de três triunfos do treinador a frente do Regatas. Uma semana após bater a equipe paraibana, o CRB venceu o rival ASA em Arapiraca, entrando no recesso para a Copa do Mundo já no G-4. Na volta da paralisação para o Mundial, nova vitória, desta vez contra o Águia, em Marabá.
Pedindo passagem, o zagueiro Daniel Marques virou peça importante no time de Ademir e passou a formar com Gabriel uma das melhores duplas de defensores da competição. O setor defensivo, aliás, foi o que mais evoluiu com a chegada do treinador. Foram quatro jogos sem que o goleiro Júlio César precisasse buscar a bola no fundo das redes.
O comandante sofreu seus primeiros questionamentos após duas partidas sem vitória. Um empate contra o Salgueiro no Rei Pelé e uma derrota para o Cuiabá na Arena Pantanal foram motivos suficientes para as primeiras críticas. Contra o ASA, pela 10ª rodada, em jogo chave para o Galo, Ademir contou com a estrela de um atleta que seria fundamental na caminhada do Alvirrubro. Magrão balançava as redes pela primeira vez e ajudava no difícil triunfo por 2 a 1.
A calmaria, entretanto, passava longe da Pajuçara. Ao contrário das primeiras partidas sob o comando do novo treinador, o CRB pecava pela irregularidade. Entre altos e baixos, o time acumulou uma acachapante derrota contra o Paysandu por 3 a 0 e um convincente triunfo pelo mesmo placar sobre o até então invicto Fortaleza. Entre os dois extremos, vitória fora de casa contra o Crac e empate ante o Botafogo-PB no Trapichão.
Em meio à instabilidade, o treinador seguia tentando encaixar o time e o meia Éder, outra peça decisiva na classificação, também ganhava espaço entre os titulares. Após vencer o líder, Ademir atravessaria seu pior momento. Empates contra Treze e Águia, além da derrota para o Salgueiro fizeram o torcedor duvidar da classificação. Contra o Cuiabá, porém, o time mostrou o repertório de seu comandante: segurança defensiva e ótimas atuações de jogadores alçados ao time titular com a chegada do técnico fizeram a diferença e um contundente 3 a 0 selou a classificação.
Com a vaga garantida, a expectativa da torcida é que a nova passagem do técnico pelo clube tenha como ponto máximo o acesso à Série B. O Galo inicia a disputa da vaga na segunda divisão no próximo dia 18, às 15h, contra o Madureira, no Estádio Conselheiro Galvão. O segundo e decisivo jogo está marcado para o dia 25, às 20h30, no Estádio Rei Pelé.
Fonte: Globo Esporte
