Governador eleito terá maioria na Assembleia Legislativa de Alagoas
Renan Filho (PMDB) está em férias, após a vitória ainda no 1º turno da corrida eleitoral em Alagoas. Porém, as articulações em torno da base de sustentação do governador eleito na Assembleia Legislativa já chamam a atenção. Afinal, restam pouco mais de dois meses para a nova legislatura, quando Renan terá o apoio de 12 dos 27 deputados eleitos em 05 de outubro, o que, para especialista, favorecerá sua governabilidade.
É o que garante o cientista político Ranulfo Paranhos. Segundo ele, Renan Filho não terá dificuldade para alcançar maioria simples, ou seja, o apoio de 14 deputados, indo além do grupo que, hoje, compreende 44% da futura formação. Prova disso é que outros oito candidatos eleitos, mesmo em coligações distintas, também pediram voto para o ex-prefeito de Murici.
Um deles foi o Pastor João Luiz, que, na reta final de campanha, declarou apoio ao peemedebista após ‘bater-boca’, em rede social, com o candidato Benedito de Lira (PP). Outro que já flertou com o governador eleito foi Marcos Barbosa (PPS), que se negou a pedir voto para Biu de Lira no guia eleitoral, tendo, inclusive, participado de caminhada, em Maceió, ao lado de Renan.
Oficialmente, o time de seguidores, que tende a crescer, é composto por Ricardo Nezinho (PMDB), Sérgio Toledo (PDT), Olavo Calheiros (PMDB), Thaise Guedes (PSC), Tarcizo Freire (PSD), Isnaldo Bulhões (PDT), Dudu Hollanda (PSD), Luiz Dantas (PMDB), Ronaldo Medeiros (PT), Marquinhos Madeira (PT), Marcelo Victor (PROS) e Carimbão Júnior (PROS).
“Ninguém governa com menos de quatorze. Entretanto, Renan Filho já tem uma boa base, apesar da mudança de grupo político, que, agora, apresenta-se como oposição. E não temos notícia de governador que tenha encontrado dificuldade para ter projetos aprovados. Há casos em que o gestor chegou a obter quase 90%”, destaca Ranulfo Paranhos, lembrando ainda a possibilidade de o governador convidar partidos considerados pequenos.
“São legendas que dificilmente recusam uma secretaria, por exemplo. O governador sempre está disposto a negociar, utilizando os instrumentos de troca, de modo que não há dificuldade para se estabelecer uma coalizão. Além disso, tem-se o histórico do PMDB em jogo, por se tratar de um partido ‘de peso’, presente em decisões importantes no âmbito nacional”, reforçou o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Foi com a maioria do parlamento, em 2008, que o governador Teotonio Vilela (PSDB) conseguiu convencer os deputados pelo arquivamento – por 18 votos a dois – de processo relativo à Operação Navalha, que investigou esquema de fraude em licitações. Esta maioria, no entanto, é incapaz, ao menos em tese, de anular o poder de fiscalização do Legislativo, que pode, em casos extremos, solicitar intervenção federal para fazer valer as constituições.
Nesse sentido, Renan garante não fazer uso da máquina pública em benefício próprio, já atento ao processo de formação da nova Mesa Diretora, trabalhando para emplacar nome que o satisfaça politicamente. E a participação do governador costuma ser decisiva, capaz de dar novo rumo à Assembleia, com quem pretende manter uma relação harmoniosa, estendendo-a aos demais poderes e fazendo jus à expressiva votação na disputa majoritária
Fonte: Gazetaweb.com