Sérgio Corrêa afirma que Brasil tem a “melhor arbitragem do mundo”
Muitos jogadores, treinadores e dirigentes têm criticado com frequência as atuações de árbitros no Brasil. Essas críticas pesadas inclusive geraram nesta sexta-feira uma ameaça de greve por parte da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), que poderia paralisar o Brasileirão. Já a CBF demonstrar estar satisfeita com o trabalho que é feito pelos árbitros no país. Na opinião de Sérgio Corrêa, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, a arbitragem brasileira é que pratica o melhor trabalho dentro de campo no cenário mundial.
– No Brasil tem a melhor arbitragem do mundo. Opinião minha. Com todas essas dificuldades… O jogador brasileiro quando disputa Libertadores ou Copa do Mundo é diferente. Pelo grau de dificuldade que é imposto (ao árbitro). É que santo de casa não faz milagre – diz o dirigente.
Corrêa usou um exemplo para provar a sua tese. Na visão dele, árbitros europeus não conseguiriam ter um bom rendimento comandando jogos no país.
– Na década de 90, vieram ao Brasil alguns árbitros internacionais para apitar o Paulistão. Veio um italiano, o (Pierluigi) Pairetto, para apitar um clássico local e depois faria mais dois jogos. Ficaria 15 dias. Fez um clássico, novidade, um italiano, inguém encostava nele, isso que é arbitragem. Aí foi para o interior, foi fazer um jogo em Araras, quando viu o que era o interiorzão, falou: “Estou indo embora, isso aqui não é futebol”. A diferença é que você respeita mais o estrangeiro do que aqui. Se pegar os lances de Real Madrid x La Coruña, 8 a 2, teve lance até pior que o nosso. Na Itália, na Alemanha, é que lá não tem essa balburdia em cima da arbitragem. Aqui no Brasil é muita gente falando de arbitragem sem conhecer o básico – defendeu.
Uma questão, porém, é vista como um erro pelo dirigente: os sorteios feitos antes de cada rodada para a escala dos trios. Essa situação, imposta pelo Estatuto do Torcedor desde 2003, é vista como uma “aberração” pelo chefe da arbitragem.
– Sorteio é aberração (…) Se não fizéssemos sorteios dirigidos estariamos no buraco. Você tem o Héber Roberto Lopes, próximo de 300 jogos na Série A, e o Delson Freitas com 30 jogos. Não deviam estar no mesmo sorteio, é desequilibrado. Mas não tenho a quantidade de árbitros necessária. Temos os top, quem nasceu para a função, e tem os intermediários e os normais. Temos de conviver com esse sorteio, cumprimos a lei.
Fonte: Sportv