Caso Ana Lídia ainda repercute pós-debate da TV Pajuçara
Muita gente anda se perguntando o que foi o caso Ana Lídia citado no debate do último sábado (20), na Tv Pajuçara, pela candidata ao Senado Federal e vereadora por Maceió, Heloísa Helena (Psol).
A repercussão aconteceu quando o candidato Elias Barros (PTC) – durante o debate – provocou Heloísa Helena ao dizer que o ex-senador Luís Estevão havia mandado um abraço forte para a vereadora.
No entanto, obtendo o direito de resposta aceito pela provocação de Barros, HH respondeu sob acusação de que o senador Fernando Collor (PTB) teria envolvimento – junto com Estevão – no assassinato e estupro de Ana Lídia.
“Todas as vezes que as pessoas falam de Luiz Estevão é porque comentavam, em Brasília, que eu tinha um caso com o farsante. Eu não podia ter um caso com Luiz Estevão, até porque também se comentava em Brasília que ele e o playboy Collor de Mello eram envolvidos no assassinato e estupro de Ana Lídia. Por isso que eu não podia ter um caso com ele”, respondeu.
Porém, o blog publica – a pedido dos leitores – informações sobre o caso da menina Ana Lídia após repercussão – até hoje – nas redes sociais. Lá na enciclopédia Wikipédia, por exemplo, os textos relatam um pouco sobre o caso, inclusive, destacando o nome de Collor.
“Entre os suspeitos estava também o futuro Presidente da República Fernando Collor de Mello, que, na época, tinha 24 anos de idade. Não há evidência que Collor esteja envolvido no crime, mas mesmo assim durante a campanha eleitoral de 1989 Collor foi acusado de ter participado do crime”.
Em outro trecho, o Wikipédia diz ainda que a ditadura militar controlava as investigações que lhe diziam respeito, portanto, não houve muito rigor nas investigações.
“Digitais não foram procuradas no corpo da menina, as marcas de pneus foram esquecidas e sequer se efetuou análises comparativas do esperma encontrado nas camisinhas com o dos suspeitos. E o que era mais estranho: houve uma grande passividade por parte dos próprios familiares de Ana Lídia”, destaca.
O caso Ana Lídia refere-se ao assassinato de Ana Lídia Braga, um crime acontecido no Brasil na década de 1970, em plena ditadura militar. A família de Ana Lídia morava na SQN 405, Bloco O, da Asa Norte em Brasília, no Distrito Federal. Ela tinha sete anos de idade quando a sequestraram do Colégio Madre Carmen Sallés, escola onde foi deixada pelos pais às 13:30 horas do dia 11 de setembro de 1973.
A menina foi, posteriormente, torturada, estuprada e morta por asfixia, morte que, segundo os peritos que analisaram seu corpo, teria acontecido na madrugada do dia seguinte. Seu corpo foi encontrado por policiais, em um terreno da UnB, às 13 horas do dia 12 de setembro. Estava semi-enterrado em uma vala, próxima da qual havia marcas de pneus de moto e duas camisinhas, provas que com facilidade poderiam levar os investigadores até os culpados da atrocidade.
A menina estava nua, com marcas de cigarro e com os cabelos mal cortados.
Até hoje não houve um desfecho para o caso e ninguém foi punido pelos crimes cometidos. Em homenagem à menina, uma região do chamado Parque da Cidade, próximo à entrada do Setor Hoteleiro Sul, em que estão instalados diversos brinquedos para crianças, passou a ser denominado Parque Ana Lídia.
Pela circunstâncias de seu martírio, seu túmulo é um dos mais visitados no cemitério da cidade, sendo cultuada por devotos que acreditam em milagres feitos pela menina, agora considerada uma santa.
Klevérson Levy